Turismo / Meio Ambiente
Maior aquário de água doce do mundo é atração em Campo Grande e reúne biodiversidade, ciência e tecnologia
Bioparque Pantanal impressiona com tanques temáticos, arquitetura de Ruy Ohtake, centro de pesquisa certificado e impacto econômico para Mato Grosso do Sul
01/07/2025
14:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Com mais de 5 milhões de litros de água, 33 tanques temáticos, 380 espécies exibidas ao público e laboratórios de pesquisa em funcionamento, o Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS), consolidou-se como o maior aquário de água doce do mundo — e um novo ícone da conservação ambiental no Brasil.
Projetado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake, o edifício de curvas fluidas simula o movimento dos rios pantaneiros e desafia a engenharia com painéis de vidro laminado de 31 cm de espessura, capazes de sustentar até 200 toneladas de água cada. O sistema de filtragem e climatização reproduz a dinâmica de 11 bacias hidrográficas brasileiras.
“Estamos falando de uma obra que combina arte, ciência e tecnologia a serviço da biodiversidade”, define o diretor do complexo.
Instalado no subsolo, o centro de pesquisa do Bioparque é certificado pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). Em 2024, os laboratórios registraram mais de 250 nascimentos de 49 espécies, incluindo 12 eventos reprodutivos inéditos para a ciência, como a reprodução de arraias-bobo e estudos genéticos com pirararas.
A visitação ao Bioparque é gratuita, mediante agendamento on-line, e conta com legendas em três idiomas (português, inglês e espanhol), piso tátil em todas as rampas e, desde 2024, sinalização em Libras para 67 espécies de peixes, fruto de parceria com a UFMS.
Entre janeiro e dezembro de 2024, mais de 375 mil pessoas de 120 países visitaram o Bioparque. Segundo a Fundação de Turismo de MS, o turismo movimentou aproximadamente R$ 120 milhões na economia local. A taxa de ocupação hoteleira em feriados prolongados subiu 12%, e três novos voos semanais foram criados para atender a demanda.
A exposição principal do Bioparque é uma verdadeira viagem pelas águas brasileiras:
Amazônia Inundada: Tanque “Floresta Alagada” simula o ciclo das cheias com aruanãs, peixe-boi-da-Amazônia e raízes submersas de macacarecuba.
Cerrado Cristalino: “Nascente do Rio Formoso” traz piraputangas e dourados em águas claras filtradas por cascalho.
São Francisco em miniatura: Painel de 15 metros com surubins, cascudo-abacaxi e correnteza constante de 1,2 m/s.
Biólogos conduzem micro-palestras educativas sobre ecologia, pesca sustentável e os efeitos das mudanças climáticas no Pantanal.
O Bioparque também desenvolve sensores de qualidade da água em parceria com a Embrapa Pantanal e a Universidade de Queensland (Austrália). Visitantes podem baixar um aplicativo gratuito para acompanhar, em tempo real, indicadores como pH, temperatura e oxigênio dissolvido em cada tanque — transformando a visita em uma aula de limnologia interativa.
A energia do Bioparque é 100% proveniente de uma usina solar fotovoltaica de 1,8 MW, capaz de abastecer o equivalente a 1.100 residências. Já a água é captada de poço artesiano e passa por filtragem mecânica, ozonização e biofiltração, com índice de reúso de 97%, o maior entre aquários da América Latina.
Localizado ao lado do Parque das Nações Indígenas, o Bioparque já se tornou um novo cartão-postal da capital sul-mato-grossense. Agências turísticas oferecem pacotes integrados com safáris fotográficos em fazendas pantaneiras a até 200 km, elevando a estadia média de turistas estrangeiros de 1,8 para 3,4 noites.
O governo de Mato Grosso do Sul estuda a segunda etapa do projeto, que incluiria:
Um centro de reabilitação de quelônios;
Um tanque oceânico de 2 milhões de litros para espécies de estuários, sem perder o foco em água doce.
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