Campo Grande (MS), Quarta-feira, 02 de Julho de 2025

Turismo / Meio Ambiente

Maior aquário de água doce do mundo é atração em Campo Grande e reúne biodiversidade, ciência e tecnologia

Bioparque Pantanal impressiona com tanques temáticos, arquitetura de Ruy Ohtake, centro de pesquisa certificado e impacto econômico para Mato Grosso do Sul

01/07/2025

14:30

DA REDAÇÃO

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Com mais de 5 milhões de litros de água, 33 tanques temáticos, 380 espécies exibidas ao público e laboratórios de pesquisa em funcionamento, o Bioparque Pantanal, em Campo Grande (MS), consolidou-se como o maior aquário de água doce do mundo — e um novo ícone da conservação ambiental no Brasil.

Projetado pelo renomado arquiteto Ruy Ohtake, o edifício de curvas fluidas simula o movimento dos rios pantaneiros e desafia a engenharia com painéis de vidro laminado de 31 cm de espessura, capazes de sustentar até 200 toneladas de água cada. O sistema de filtragem e climatização reproduz a dinâmica de 11 bacias hidrográficas brasileiras.

“Estamos falando de uma obra que combina arte, ciência e tecnologia a serviço da biodiversidade”, define o diretor do complexo.

Um laboratório vivo sob os olhos do público

Instalado no subsolo, o centro de pesquisa do Bioparque é certificado pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). Em 2024, os laboratórios registraram mais de 250 nascimentos de 49 espécies, incluindo 12 eventos reprodutivos inéditos para a ciência, como a reprodução de arraias-bobo e estudos genéticos com pirararas.

Inclusão, educação e acesso gratuito

A visitação ao Bioparque é gratuita, mediante agendamento on-line, e conta com legendas em três idiomas (português, inglês e espanhol), piso tátil em todas as rampas e, desde 2024, sinalização em Libras para 67 espécies de peixes, fruto de parceria com a UFMS.

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Turismo aquecido e impacto local

Entre janeiro e dezembro de 2024, mais de 375 mil pessoas de 120 países visitaram o Bioparque. Segundo a Fundação de Turismo de MS, o turismo movimentou aproximadamente R$ 120 milhões na economia local. A taxa de ocupação hoteleira em feriados prolongados subiu 12%, e três novos voos semanais foram criados para atender a demanda.

Um passeio pelos rios do Brasil

A exposição principal do Bioparque é uma verdadeira viagem pelas águas brasileiras:

  • Amazônia Inundada: Tanque “Floresta Alagada” simula o ciclo das cheias com aruanãs, peixe-boi-da-Amazônia e raízes submersas de macacarecuba.

  • Cerrado Cristalino: “Nascente do Rio Formoso” traz piraputangas e dourados em águas claras filtradas por cascalho.

  • São Francisco em miniatura: Painel de 15 metros com surubins, cascudo-abacaxi e correnteza constante de 1,2 m/s.

Biólogos conduzem micro-palestras educativas sobre ecologia, pesca sustentável e os efeitos das mudanças climáticas no Pantanal.

Ciência em tempo real e inovação

O Bioparque também desenvolve sensores de qualidade da água em parceria com a Embrapa Pantanal e a Universidade de Queensland (Austrália). Visitantes podem baixar um aplicativo gratuito para acompanhar, em tempo real, indicadores como pH, temperatura e oxigênio dissolvido em cada tanque — transformando a visita em uma aula de limnologia interativa.

Sustentabilidade: energia limpa e reúso de água

A energia do Bioparque é 100% proveniente de uma usina solar fotovoltaica de 1,8 MW, capaz de abastecer o equivalente a 1.100 residências. Já a água é captada de poço artesiano e passa por filtragem mecânica, ozonização e biofiltração, com índice de reúso de 97%, o maior entre aquários da América Latina.

Um novo símbolo para Campo Grande

Localizado ao lado do Parque das Nações Indígenas, o Bioparque já se tornou um novo cartão-postal da capital sul-mato-grossense. Agências turísticas oferecem pacotes integrados com safáris fotográficos em fazendas pantaneiras a até 200 km, elevando a estadia média de turistas estrangeiros de 1,8 para 3,4 noites.

Expansão à vista

O governo de Mato Grosso do Sul estuda a segunda etapa do projeto, que incluiria:

  • Um centro de reabilitação de quelônios;

  • Um tanque oceânico de 2 milhões de litros para espécies de estuários, sem perder o foco em água doce.

 


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