Política / Câmara Federal
Hugo Motta articula adiamento da anistia e isola PL de Bolsonaro na Câmara
Presidente da Casa recebe apoio de líderes partidários para barrar votação imediata e evitar conflito com STF
24/04/2025
15:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), articulou nesta semana o adiamento da votação da proposta de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, isolando o PL de Jair Bolsonaro na defesa da tramitação urgente do texto.
A estratégia, consolidada em reunião com líderes de 14 partidos na noite de quarta-feira (23), visa esvaziar a pressão bolsonarista e frear a tentativa de tratar o tema como prioridade no plenário. A decisão final sobre a pauta será debatida nesta quinta-feira (24) durante encontro do colégio de líderes da Câmara, considerado decisivo pelo PL.
Enquanto o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), ameaçou romper com Motta e travar a liberação de emendas parlamentares caso o requerimento de urgência para a anistia não seja votado, o presidente da Câmara reunia aliados para alinhar o discurso de que o texto precisa ser “aperfeiçoado”.
“Não há ambiente para votar uma anistia ampla. O texto atual precisa ser modulado”, afirmou um dos parlamentares aliados de Motta.
A proposta em vigor é um parecer do deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), que defende anistiar todos os crimes cometidos por motivação política desde o segundo turno de 2022, abrangendo inclusive organizadores, financiadores e participantes dos atos golpistas.
No mesmo dia, Hugo Motta promoveu um jantar com o presidente Lula (PT) e líderes partidários, reforçando a articulação do governo com o centrão para conter avanços do bolsonarismo no Legislativo. Nos bastidores, a movimentação também serve para evitar confrontos com o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem julgado os envolvidos nos ataques ao Palácio do Planalto, Congresso e STF.
Motta já havia sugerido que Bolsonaro apresentasse uma versão enxuta da proposta, que modulasse penas consideradas excessivas, mas mantevesse punições para crimes como depredação de patrimônio público. No entanto, até agora, nenhum novo texto foi protocolado.
Enquanto o Congresso tenta construir um consenso, integrantes do STF discutem internamente a possibilidade de revisar penas ou ampliar o uso de prisão domiciliar para condenados, o que poderia reduzir a demanda por uma anistia ampla.
A expectativa de Motta e seus aliados é de que o Supremo avance nessas medidas, aliviando a pressão política e evitando uma votação que possa provocar choques institucionais.
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