Política / Justiça
Advogado Luiz Eduardo Bottura é preso pela Interpol na Itália a bordo de Maserati de luxo
Réu por crimes como falsificação, usurpação de função pública e associação criminosa, Bottura estava foragido desde 2023; esposa já havia sido presa em MS
11/04/2025
11:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O polêmico advogado Luiz Eduardo Auricchio Bottura, de 48 anos, foi preso pela Interpol na cidade de Selvazzano, na região de Vêneto, Itália, enquanto circulava em um carro de luxo, um Maserati GranCabrio, avaliado em cerca de R$ 750 mil. Procurado pela Justiça brasileira, Bottura foi capturado no último dia 4 de abril. A prisão repercutiu no jornal italiano Il Mattino e no portal jurídico brasileiro Conjur.
Sua esposa, Raquel Fernanda de Oliveira, já havia sido presa em dezembro de 2023, no estado de Mato Grosso do Sul. Ambos são réus em ação penal que tramita na 1ª Vara Criminal de São Paulo, acusados de crimes como associação criminosa, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistemas de informação, usurpação de função pública, prevaricação e violação de sigilo funcional.
Segundo o Il Mattino, Bottura adotou na Europa um estilo de vida incompatível com o de um foragido internacional, o que facilitou sua localização. O advogado utilizava cartões de crédito em seu próprio nome, frequentava academias de ginástica, e ainda comprou um carro de luxo, com o qual transitava livremente pelas ruas italianas. A ostentação levou as autoridades a rastrearem e efetuarem a prisão do brasileiro.
Condenado cerca de 300 vezes por litigância de má-fé, Bottura é conhecido por utilizar brechas jurídicas para constranger desafetos e manipular processos. Uma de suas táticas recorrentes era a indicação de endereços falsos das vítimas nos autos, gerando revelias e favorecendo decisões unilaterais. Em ações onde é réu, aplicava estratégias semelhantes para dificultar sua localização.
No estado de Mato Grosso do Sul, Bottura começou a chamar atenção ao ingressar com centenas de ações judiciais em Anaurilândia. Chegou a ser preso, e posteriormente processou a Secretaria de Justiça e Segurança Pública por divulgar sua detenção.
Bottura também protagonizou episódios inusitados na política. Em 2014, se lançou como pré-candidato ao Governo de MS pelo PTB, chegando a gravar vídeos em que criticava a política tradicional e dizia que “os ratos precisavam ser retirados do poder”. Em 2018, tentou se posicionar como pré-candidato ao Senado, mas desistiu antes das convenções partidárias.
Segundo o portal Conjur, em 2021, Bottura teria se beneficiado de uma "doação" de R$ 7 milhões, obtida de uma mulher atendida por sua mãe, a psicóloga Maria Alice Auricchio Bottura, por mais de 18 anos. A transferência foi feita para contas de empresas no exterior associadas ao advogado e seus familiares, em um possível esquema de abuso de confiança e lavagem de dinheiro.
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