MANIFESTAÇÃO
Bolsonaro pede anistia para condenados do 8 de janeiro em ato em Copacabana
Manifestação reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, segundo pesquisadores da USP, e interditou trecho da Avenida Atlântica
16/03/2025
11:00
G1
DA REDAÇÃO
Ex-presidente Jair Bolsonaro em ato em Copacabana na manhã deste domingo (16) — Foto: Betinho Casas Novas / TV Globo
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na manhã deste domingo (16) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um ato convocado para pedir a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), a manifestação reuniu 18,3 mil pessoas em seu ponto máximo. Já a Polícia Militar do Rio estimou um público de 400 mil manifestantes.
O protesto interditou um trecho da Avenida Atlântica, entre as ruas Barão de Ipanema e Xavier da Silveira.
Além de Bolsonaro, o ato contou com a presença de governadores e líderes políticos da direita, como:
✔ Cláudio Castro (Rio de Janeiro)
✔ Tarcísio de Freitas (São Paulo)
✔ Jorginho Mello (Santa Catarina)
✔ Mauro Mendes (Mato Grosso)
✔ Senador Flávio Bolsonaro
✔ Senador Magno Malta
✔ Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
✔ Silas Malafaia (pastor e coordenador do evento)
Em seu discurso, Bolsonaro criticou o STF, pediu anistia para os presos do 8 de janeiro e atacou o governo Lula. Ele também afirmou que não deixará o Brasil, mesmo diante das investigações contra ele.
"Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, que não cometeram nenhum ato de maldade."
"Se deram 17 anos de pena para pessoas humildes, é para justificar uma pena de 28 anos para mim."
Bolsonaro também voltou a questionar as eleições de 2022 e criticou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegando que foi prejudicado durante a campanha eleitoral.
"Eu não podia mostrar a imagem do Lula defendendo o aborto, nem defendendo ladrão de celular."
O ex-presidente também falou sobre as eleições de 2026, pedindo apoio de seus seguidores:
"Me deem 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do nosso Brasil."
O ato ocorre uma semana antes do julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no STF, que pode tornar Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado. O evento é visto como uma tentativa de pressionar o Congresso a aprovar o projeto de anistia.
Além de defender a anistia, manifestantes também pediram a saída do presidente Lula e o retorno de Bolsonaro ao poder. O ex-presidente, condenado pela Justiça Eleitoral, está inelegível até 2030.
Até o momento, o STF já condenou 481 pessoas por participação nos atos golpistas. Desses, 255 foram sentenciados por crimes graves, com penas que chegam a 17 anos e 6 meses de prisão. Outros 542 investigados assinaram acordos de não persecução penal, confessando os crimes em troca de penas alternativas.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), os ataques causaram um prejuízo estimado de R$ 26,2 milhões ao patrimônio público.
O ato de Copacabana marca uma tentativa de rearticulação do bolsonarismo, unindo lideranças da direita para fortalecer a pressão sobre o STF e o Congresso. O debate sobre a anistia deve ganhar ainda mais força nos próximos dias, à medida que Bolsonaro se aproxima do julgamento que pode torná-lo réu.
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