POLÍTICA
Projeto que reduz inelegibilidade anima políticos barrados pela Lei da Ficha Limpa em MS
Proposta do deputado Bibo Nunes pode beneficiar Jair Bolsonaro e ex-prefeitos impedidos de concorrer
08/02/2025
11:30
INVESTIGAMS
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O projeto de lei do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), que propõe a redução do período de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa de oito para dois anos, tem gerado expectativa entre políticos barrados pela legislação eleitoral. A proposta, que tramita na Câmara dos Deputados, não tem data definida para votação, mas já movimenta figuras políticas que buscam retomar suas candidaturas em Mato Grosso do Sul.
A medida pode favorecer diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), impedido de concorrer até 2030 devido à condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, outros políticos considerados "ficha suja", como ex-prefeitos e vereadores de MS, poderiam ser beneficiados, abrindo caminho para disputas eleitorais já em 2024.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos-PB), declarou ao jornal O Globo que oito anos de inelegibilidade é um período muito longo para um país que realiza eleições a cada dois anos. No entanto, ressaltou que não há compromisso para que o projeto seja votado em breve.
Caso seja aprovado, o projeto permitirá que políticos que já cumpriram ao menos dois anos de inelegibilidade possam disputar normalmente as eleições. Isso impactaria diretamente ex-prefeitos, ex-vereadores e gestores públicos condenados por improbidade administrativa ou outras infrações que resultaram em sua inelegibilidade.
Entre os políticos de Mato Grosso do Sul que poderiam se beneficiar da proposta, está o ex-vereador Tiago Vargas (PP), que compartilhou um vídeo de Jair Bolsonaro criticando a Lei da Ficha Limpa e alegando que a legislação atinge apenas políticos da direita. Expulso da polícia, Vargas teve votos suficientes para ser eleito deputado estadual em 2022, mas não assumiu devido à sua condenação, que o impede de concorrer até 2028.
Em julho do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) divulgou uma lista de gestores públicos que tiveram suas contas rejeitadas por irregularidades insanáveis, com imputação de débito e decisão definitiva, o que, em tese, os impede de concorrer a cargos públicos. Entre os nomes citados estão:
Apesar da publicação do TCE, alguns políticos contestaram a lista. O deputado federal Beto Pereira (PSDB), por exemplo, que foi citado, disputou as eleições municipais em Campo Grande no ano passado, alegando que sua situação jurídica não o impedia de concorrer.
Se o projeto for aprovado, políticos atualmente inelegíveis poderão se candidatar já na eleição de 2024, o que muda o cenário eleitoral em diversas cidades. A proposta enfraquece a Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010 com forte apoio popular e que buscava afastar gestores condenados por corrupção e improbidade da política por um longo período.
Enquanto o projeto segue em tramitação, ficha-sujas de Mato Grosso do Sul acompanham de perto os desdobramentos, já que a nova regra pode recolocá-los na disputa eleitoral.
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