Campo Grande (MS), Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

REDES SOCIAIS

Meta abandona verificação de fatos e adota sistema comunitário para combater fake news

Mudança acompanha alinhamento com Trump e coloca usuário no centro da verificação de conteúdo

08/01/2025

08:00

NAOM

DA REDAÇÃO

©REPRODUÇÃO

A Meta, controladora do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads, anunciou nesta terça-feira (7) o fim de seu sistema de verificação de conteúdo, encerrando o programa de checagem de fatos com o objetivo de combater a disseminação de notícias falsas. A empresa agora adotará um mecanismo em que seus próprios usuários poderão escrever, classificar e contextualizar informações postadas, similar ao que já é feito na plataforma X.

Destaques da mudança:

  • Sistema comunitário para classificar postagens como enganosas
  • Alinhamento da Meta com o presidente Trump e críticas a censura

Em um vídeo divulgado em sua conta no Instagram, o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, criticou práticas de censura e alegou que governos, especialmente na América Latina, impõem "tribunais secretos" que restringem a liberdade de expressão. Ele sugeriu que o governo dos EUA deveria atuar junto à empresa para coibir essas práticas.

A decisão da Meta parece refletir um alinhamento com o presidente eleito Donald Trump, que, segundo fontes, teria influenciado a mudança. Trump, em declarações recentes, insinuou que as novas medidas da Meta estão relacionadas a críticas que fez ao CEO Zuckerberg. Zuckerberg elogiou a abordagem tomada pela plataforma X, onde a comunidade decide sobre a veracidade de postagens, e afirmou que o procedimento será implementado inicialmente nos EUA.

Joel Kaplan, recém-nomeado diretor de assuntos globais da Meta e ex-funcionário da Casa Branca, destacou a eficiência desse método comunitário. O novo sistema da Meta segue uma linha similar ao adotado por Elon Musk no X, que criou um mecanismo de notas da comunidade para sinalizar publicações enganosas.

Especialistas em direito digital e organizações de checagem de fatos expressaram preocupação com a mudança. Alan Duke, do Lead Stories, comentou que a decisão pegou a rede de verificação de surpresas. Bruna Martins, da Coalizão Direitos na Rede, considerou a guinada "lamentável" e sugeriu que a empresa trata cidadãos não americanos como "meros números".

Com a implementação desse novo modelo, a Meta busca enfatizar a liberdade de expressão e reduzir a censura, enquanto transfere aos usuários a responsabilidade de verificar e contextualizar informações postadas em suas plataformas.


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