AMPLA VISÃO
O peso maior da opinião pública na política
26/12/2024
20:00
MANOEL AFONSO
Opinião pública: é o fermento das transformações sociais, cruel às vezes, não retrocede
A opinião pública é o fermento das transformações sociais, cruel às vezes, não retrocede. Seus efeitos e consequências são imensuráveis e se manifestam em todas as áreas das relações humanas. Guiada pela sensibilidade humana e influenciada por diversos fatores de todas as tendências, ela se antecipa à justiça legal de todos os governos. Suas decisões são irrecorríveis.
‘Vox Populi, Vox Dei’
Essa expressão foi usada por Maquiavel e filósofos na Idade Média, além de Jean Jacques Rousseau às vésperas da Revolução Francesa. A manifestação crítica de descontentamento da sociedade em todas as ocasiões históricas da humanidade foi possível através da opinião seguida de atitudes. Sem ela, não há mudanças.
Histórico
É sabido que a ideia de opinião pública acabou sendo influenciada ou contaminada justamente com o início das primeiras pesquisas nos Estados Unidos por volta de 1930. Foi neste período que os estudiosos passaram a dar valor às coincidências das manifestações da população com o resultado das urnas.
Influências
Detentores de poder, os meios de comunicação têm papel importante entre os fatos e a conexão deles com a população. Como são transmitidos, esses fatos influenciam na formatação do entendimento. Diariamente, as notícias mexem com a nossa cabeça e conceitos, provocam debates em todos os ambientes e classes sociais.
Possibilidades
Não é de hoje que há manipulação de fatos para determinar a reação deste ou daquele grupo social. A sutileza e os métodos empregados conseguem realçar alguns pontos do fato em questão, além de minimizar ou simplesmente ignorar outros aspectos. Hoje, por exemplo, é possível alterar inclusive diálogos e imagens.
Debates
A versão de fatos abraçada pela opinião pública pode sobreviver à verdade corroborada por leis e sentenças judiciais. O estigma permanece. Muitos personagens, apesar de inocentados pela justiça, ficaram estigmatizados e reprovados aos olhos da população. Dentre tantos, vale citar os citados e envolvidos no Mensalão, Lama Asfáltica, Anões do Orçamento e Lava Jato.
Moral
Na análise de fatos e das pessoas envolvidas ou ao menos citadas, vale muito o conceito da moralidade. Gente rica, pobre, aculturada ou não, cultiva grande estoque destes valores. No Brasil, esse fato ganha ainda mais força devido às decisões emanadas pela justiça, uma instituição de credibilidade em declínio, infelizmente.
Definições
Bateu, levou
Ibsen Pinheiro era presidente da Câmara; abriu e presidiu o impeachment de Collor de Melo em 1992. Mas em seguida foi cassado por envolvimento no escândalo dos Anões do Orçamento, onde a figura central era o deputado João Alves. Mesmo ‘reabilitado’ em 2000, a pecha de corrupto permaneceu junto à opinião pública.
Governadores eleitos em 1970
Laudo Natel (SP), Antonio Carlos Magalhães (BA), Rondon Pacheco (MG), Alberto Silva (PI), Pedro Santana (MA), Ernani Satiro (PA), Leon Peres (PR), José Fragelli (MT), Chagas Freitas (RJ), Eraldo Gueiros (PE), Euclides Triches (RS), Colombo Sales (SC), Cortez Pereira (RN).
Vice líder
Perdemos apenas para os Estados Unidos. O custo anual do Congresso Nacional com os 3 mil servidores beira os R$ 400 milhões. Cada um dos deputados e senadores custa anualmente US$ 7 milhões, que é 6 vezes mais do que fatura um parlamentar da França. Como se vê, nossa ‘mania de grandeza’ é impressionante.
Francamente... Quanto pior, melhor?
Parece que sim, se levado em conta a iniciativa de um grupo de deputados federais que comemoraram a alta do dólar frente à moeda brasileira. É um desserviço à nação, independentemente da posição política, torcer contra o próprio país e a favor das vantagens eleitoreiras pessoais.
História
Alguns senadores de 1959-63: Juscelino Kubitschek (MG), Lino de Matos (SP), Padre Calazans (SP), Milton Campos (MG), Pedro Ludovico (GO), Saulo Ramos (SC), Moura Andrade (SP), Juraci Magalhães (BA), Lourival Fontes (SE), Irineu Bornhausen (SC), Rui Palmeira (AL) e Otávio Mangabeira (BA). Imbatíveis.
Reminiscências
Destaques do Senado (1971-74): Ney Braga (PR), Fernando Correa (MT), Carvalho Pinto (SP), Paulo Brossard (RS), Magalhães Pinto (MG), Orlando Zancaner (SP), Jarbas Passarinho (PA), Virgílio Távora (BA), Petrônio Portela (PI), Franco Montoro, Teotônio Vilela (AL), Emival Caiado (GO), Saldanha Derzi (MT). Incomparáveis.
Retrovisor
Nomes da legislatura de 1959-63 da Câmara: Flores da Cunha (RS), Nestor Jost (RS), Mario Palmerio (MG), Antônio C. Magalhães (BA), Ranieri Mazili (SP), Cunha Bueno (SP), Nelson Carneiro (RJ), Nilo Coelho (BA), Waldir Pires (BA), Carlos Lacerda (RJ), Franco Montoro (SP), Philadelpho Garcia Neto (MT). Timaço.
Governadores eleitos em 1974
Sinval Guazelli (RS), Paulo Egídio Martins (SP), Jaime Canet (PR), Moura Cavalcanti (PE), Konder Reis (SC), Dirceu Arcoverde (PI), Faria Lima (RJ), Tarcísio Maria (RN), Aluízio Chaves (PI), José Garcia Neto (MT), Roberto Santos (BA), Divaldo Suruagi (SE). Grandes lideranças.
A intenção do colunista não é estabelecer ou provocar comparações com o nível do atual Congresso Nacional. Neste período de férias e de recesso parlamentar, vale sim mergulhar no passado da nossa história política, aliás tão rejeitada e estigmatizada pelo pessoal mais jovem. Que cada um tire suas conclusões.
Complicado
A situação de algumas prefeituras interioranas nos remete aos ‘seriados’ exibidos nos cinemas onde havia uma cena de suspense com a bomba programada para explodir. No caso das prefeituras, virão as choradeiras e acusações pelos novos mandatários. É a velha ladainha vista pela população como fato ‘natural’.
A coluna só voltará a circular na 2ª quinzena de janeiro
Feliz ano novo. A vida é um sopro!
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