DOURADOS
MPF denuncia líderes de protestos contra resultado de eleições
Acusados de incitar crime podem ter de pagar indenizações por danos morais coletivos de até R$ 400 mil
10/11/2022
18:35
CAMPOGRANDENEWS
Anahi Zurutuza e Helio de Freitas
Manifestação em frente a quartel de Dourados ©Leandro Holsback/Arquivo
O MPF (Ministério Público Federal) foi à Justiça contra três líderes de protestos promovidos em Dourados (MS), desde o 2º turno das eleições, em 30 de outubro. Os processados são Douglas Utida, dono de um restaurante na cidade, Rosane Elizete Pederiva, que comanda do CTG (Centro de Tradições Gaúchas), e Alexandre Saad Lorensini, dono de incorporadora que comercializa imóveis de luxo e da Fertipol Adubos, loja de produtos agropecuários.
De acordo com o MPF, as denúncias têm como base o artigo 286 do Código Penal, crime de “incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade” e “são resultado de trabalho intenso da Polícia Federal para identificação das pessoas que, de algum modo, vêm subsidiando as manifestações”.
Conforme a acusação, a PF apurou, por exemplo, que em Dourados, estas três pessoas atuam como incitadoras e/ou financiadoras da manifestação que se instalou em frente à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada. Estes líderes, ainda de acordo com a investigação da Polícia Federal, reivindicam “a atuação das Forças Armadas para desrespeitar os resultados das eleições ocorridas em 30 de outubro”.
De acordo com o MPF, “o proprietário do restaurante financia o movimento ilegal fornecendo alimentação a centenas de pessoas que encontram-se acampadas” em frente à unidade militar. Já o empresário do ramo agropecuário teria enviado 50 carretes de sua propriedade para o local, enquanto a responsável pelo CTG cedeu estrutura próxima ao quarte “para fins logísticos e de manutenção do movimento”.
“Para além do exercício da liberdade de expressão, os denunciados incentivam atos golpistas e que incitam às Forças Armadas a agirem contra o resultado das eleições legitimamente reconhecido como válidos pelo Tribunal Superior Eleitoral”, alega a procuradoria nas denúncias.
O MPF quer que os Douglas e Rosane paguem indenização por danos morais coletivos de R$ 200 mil e Alexandre Saad, de R$ 400 mil. Pede ainda o bloqueio das contas do dono de restaurante no Instagram, afirmando que “uma delas vem sendo utilizada com fins criminosos”.
Por meio da assessoria de imprensa, o MPF informou que junto com a PF continua o trabalho de identificação das lideranças nas manifestações.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Senado aprova prorrogação do prazo para regularização de 32 mil imóveis na fronteira de MS até 2030
Leia Mais
Após mais de uma década de reivindicações, Dourados terá sua própria Ceasa
Leia Mais
Estudantes de Direito organizam abaixo-assinado por oficialização da UEMS em Bataguassu e criação da 3ª turma do curso
Leia Mais
TCE-MS lança consulta pública digital para planejar próximos anos da instituição
Municípios