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Antes de uma transmissão em Washington, irritado com uma buzina, Waack diz que aquilo é coisa de preto. O vazamento levou a emissora a afastá-lo do cargo de âncora do "Jornal da Globo".
"Fazer esse tipo de comentário em um ambiente privado é indigno, mas não é crime", diz o criminalista Walter Ceneviva, especializado em direito das telecomunicações.
"Existem piadas de bom e de mau gosto, e elas envolvem preconceito religioso, sexual. Ordinariamente, são piadas de mau gosto. Para se constituírem em um crime, elas precisam ter a intenção de uma repercussão pública, o que não aconteceu neste caso", explica o advogado. "É indigno, imoral, mas não é crime."
Para Angela Donaggio, advogada especializada em direito e diversidade, o conteúdo da conversa pode ser considerado crime. Se você comete um crime, isso independe de estar na esfera privada ou pública; continua sendo crime, diz.
Ela diz que sua interpretação está baseada na Lei 7716, de 1989, do Código Civil.
A advogada Cristina Tubino, especializada em crimes raciais, diz que é preciso cuidado para não se tomar o que é eticamente condenável por crime. "Pode ser reprovável, o que acho que é, mas para chegar a ser crime tem uma distância."
Ela porém não descarta totalmente a hipótese. "Mas seria necessário verificar a fidedignidade do vídeo e também o contexto em que o comentário foi feito."
Fonte: Diário de Goiás