Justiça / Saúde
CRM-MS suspende médicos por erro que deixou filho de vereador em estado neurovegetativo
Decisão por unanimidade puniu anestesista e ex-diretora do Hospital Adventista do Pênfigo; caso de Juninho Avelar comoveu Campo Grande
24/10/2025
07:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS) decidiu suspender por 30 dias a médica Karin Kiefer Martins e o anestesista Antônio Rodrigues de Pontes Neto, após constatar falhas graves que resultaram em dano permanente ao paciente Roberto de Avelar Júnior, conhecido como Juninho, filho do vereador de Campo Grande Beto Avelar (PP).
A decisão foi tomada por unanimidade durante julgamento ético realizado na noite de quinta-feira (24). O caso envolve um erro médico ocorrido em fevereiro de 2022, durante uma cirurgia ortopédica no Hospital Adventista do Pênfigo, que deixou o paciente em estado neurovegetativo irreversível.
De acordo com o CRM-MS, o anestesiologista Antônio Pontes Neto foi punido por:
Dano ao paciente;
Delegar atribuições exclusivas de médico;
Recusar-se a informar riscos de procedimento;
Imperícia na prevenção e tratamento de complicações.
As infrações correspondem aos artigos 1, 2, 18 e 22 do Código de Ética Médica.
Já a médica Karin Kiefer Martins, que atuava como diretora do hospital, foi condenada por:
Desobediência a acórdãos e resoluções dos conselhos;
Acobertamento de erro médico e conduta antiética;
Omissão de denúncia de atos contrários à ética profissional,
previstos nos artigos 18, 50 e 57 do mesmo código.
O caso aconteceu em 25 de fevereiro de 2022, quando Juninho, então com 30 anos, foi submetido a uma cirurgia ortopédica simples no Hospital Adventista do Pênfigo.
Durante o procedimento, ele sofreu várias paradas cardiorrespiratórias. Segundo a sindicância, o médico anestesista não estava presente na sala no momento em que o quadro se agravou e não ofereceu suporte imediato.
Após ser reanimado, Juninho foi encaminhado ao Centro de Terapia Intensiva (CTI), mas sofreu sequelas neurológicas graves, permanecendo até hoje em estado neurovegetativo.
Em 2023, a Justiça determinou que o Hospital Adventista do Pênfigo e duas empresas parceiras arquem com a assistência domiciliar de Juninho, incluindo a multa acumulada de R$ 450 mil pelo descumprimento da decisão.
A medida foi motivada por uma prescrição médica que indicava tratamento domiciliar para evitar novas infecções hospitalares.
O vereador Beto Avelar afirmou ao Jornal Midiamax sentir-se aliviado com o resultado do julgamento:
“Parece que tirei um saco de cimento das costas. O CRM foi muito técnico e o relator destrinchou o processo, que tem mais de 3.700 páginas.”
A defesa dos médicos não se manifestou até o momento.
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