Polícia / Justiça
“Era para aprender a não mexer”: frase de frieza marca caso em que mulher matou a própria prima após flagra de drogas
Daiane Alves e Leandro Seabra são presos por homicídio qualificado e tráfico; vítima fugia de violência doméstica e acabou executada em Campo Grande
05/12/2025
11:30
DA REDAÇÃO
Daiane e Leandro, presos por homicídio e tráfico de drogas
A frieza de Daiane Alves dos Santos, 32 anos, chocou os investigadores da DHPP ao comentar o assassinato da própria prima, Maria de Fátima Alves, 40. Ao ser questionada sobre o crime, Daiane respondeu: “Era para ela aprender a não mexer na coisa dos outros.” A frase foi interpretada como uma confissão. Ao ser pressionada novamente, ela tentou se esquivar e mandou que os policiais perguntassem a Leandro Seabra, 41, que efetuou o tiro fatal.
Apesar das negativas de ambos, os relatos de testemunhas e as provas colhidas pela polícia confirmam a participação dos dois na execução. Daiane e Leandro foram presos em flagrante por homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A Polícia Civil já pediu a prisão preventiva.
Maria de Fátima havia chegado a Campo Grande há três meses, tentando reconstruir a vida após fugir de violência doméstica em Minas Gerais. Procurou abrigo na casa da prima, que prometia acolhimento, mas acabou vivendo em situação de rua após ficar sem recursos financeiros.
No dia 2 de dezembro, Maria deixou um abrigo com uma bicicleta emprestada para buscar documentos pessoais na casa de Daiane — a quem chamava de “cabulosa”, indicando medo da prima. Horas depois, testemunhas a viram entrando em um HB20, dirigido por um homem.
A DHPP monitorou a residência de Daiane no Bairro Moreninhas. O HB20 citado pelas testemunhas estava estacionado em frente ao imóvel.
Leandro, abordado pela polícia, tentou se desvincular do homicídio, mas admitiu envolvimento com o tráfico.
Dentro do carro, foram encontradas porções de cocaína no console e um tênis feminino preto, reconhecido como sendo de Maria.
Na casa, os policiais localizaram seis tabletes de cocaína de altíssima qualidade e três balanças de precisão.
Confrontada, Daiane mentiu dizendo que a prima jantou e foi embora — versão que não se sustentava diante das evidências.
A DHPP concluiu que Maria foi assassinada porque encontrou drogas escondidas no guarda-roupa ao buscar a carteira de trabalho. Temendo ser denunciados, Daiane e Leandro planejaram matá-la.
Antes do crime, levaram Maria para devolver a bicicleta e confirmaram que ela vivia em situação de rua, acreditando que isso dificultaria a identificação do desaparecimento.
O assassinato ocorreu por volta das 20h30 do dia 2 de dezembro.
Maria foi levada ao anel viário da BR-262, onde foi executada com ao menos dois tiros — um na cabeça e outro no ombro, com saída pela axila. A arma usada foi jogada pela janela do carro e ainda é procurada.
O corpo foi encontrado na tarde do dia seguinte por uma pessoa que passava pelo local.
A polícia investiga ainda se Maria foi torturada antes de ser morta, já que passou o dia inteiro com os autores.
Daiane e Leandro seguem presos. A Polícia Civil continua as buscas pela arma, analisa imagens de câmeras e aprofunda diligências para esclarecer se houve participação de outras pessoas na logística do tráfico ou no planejamento da execução.

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