O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) promoveu, nesta terça-feira (4), a juíza Sandra Regina da Silva Ribeiro Artioli ao cargo de desembargadora, em sessão realizada na sede do tribunal, em Campo Grande. A escolha seguiu o critério de merecimento, conforme estabelece a legislação da magistratura, e atende à política nacional de ampliação da participação feminina no Poder Judiciário, prevista em resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A nova desembargadora era titular da 5ª Vara do Juizado Especial de Campo Grande e já atuava em julgamentos de segundo grau por convocação. Ela disputou a vaga com outras seis magistradas.

Vaga aberta por aposentadoria

A promoção de Sandra Artioli preenche a vaga deixada pelo desembargador Sideni Soncini Pimentel, que se aposentou voluntariamente em 15 de outubro de 2025, após mais de quatro décadas de atuação no Judiciário sul-mato-grossense.

Com a nomeação, Sandra Artioli passa a ser a quarta mulher em atividade no TJMS, ao lado das desembargadoras Elizabete Anache, Jaceguara Dantas da Silva e Elisabeth Rosa Baisch, reforçando o movimento de equilíbrio de gênero na composição da Corte — historicamente dominada por homens.

Trajetória de 30 anos na magistratura

Natural de Campo Grande, Sandra Ribeiro Artioli ingressou na magistratura em 1992, iniciando sua carreira nas comarcas de Costa Rica e Miranda, onde atuou na 1ª Vara e exerceu também jurisdição eleitoral. Posteriormente, assumiu titularidade em Campo Grande, destacando-se pela atuação em causas cíveis e de cidadania.

Entre 2015 e 2017, a magistrada foi membro substituta e titular do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), e desde 2023 atua como juíza de direito da Corte Eleitoral para o biênio 2023–2025.

“É uma honra representar as mulheres magistradas e continuar servindo à Justiça com o mesmo comprometimento que marcou toda a minha trajetória. A confiança do tribunal reforça o dever de trabalhar com equilíbrio, ética e dedicação à sociedade”, declarou Sandra Artioli após a sessão.

Contexto no TJMS

A promoção ocorre em um momento de recomposição do Tribunal, após a aposentadoria de Sideni Soncini e o retorno de magistrados afastados no âmbito da Operação Última Ratio, da Polícia Federal, que investigou suposto esquema de venda de decisões judiciais.

Sideni, que presidiu o TJMS no biênio 2024–2025, havia sido um dos alvos da operação e retomou suas funções após o Supremo Tribunal Federal (STF) revogar, em abril de 2025, as medidas de afastamento e o uso de tornozeleiras eletrônicas.

Representatividade e renovação

Com mais de três décadas de carreira, Sandra Artioli representa a nova geração de mulheres que vêm conquistando espaço no segundo grau de jurisdição, em consonância com as políticas de equidade de gênero no Judiciário brasileiro.

Sua promoção simboliza não apenas reconhecimento por mérito e dedicação, mas também o avanço institucional do TJMS em direção a uma magistratura mais diversa e representativa.