Economia / Agronegócio
MS aposta em recorde de etanol de milho e amplia competitividade do produtor rural
Estado consolida liderança na bioenergia, fortalece transição energética e garante novas oportunidades de comercialização
04/11/2025
09:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Mato Grosso do Sul vive uma fase de expansão acelerada na produção de etanol de milho, consolidando-se como referência nacional em bioenergia e protagonista na transição para uma economia de baixo carbono. O avanço do setor, liderado por usinas em Dourados, Sidrolândia e Maracaju, reforça o compromisso estadual com a meta de neutralidade de carbono até 2030, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
Na safra 2024/2025, três usinas — Inpasa Brasil (Dourados e Sidrolândia) e Neomille CerradinhoBio (Maracaju) — responderam por 38,1% dos 4,3 bilhões de litros produzidos no estado. O crescimento é visto como um marco para o agronegócio sul-mato-grossense, unindo sustentabilidade, geração de empregos e valorização da produção agrícola.
“Estamos vivenciando uma transição energética, saindo de um combustível fóssil para um combustível renovável. O etanol reduz impactos ambientais e representa ganho econômico para o consumidor e o produtor rural”, explica Jean Américo, analista de economia do Sistema Famasul.
Segundo ele, a presença das indústrias em regiões estratégicas reduz custos logísticos, melhora o escoamento da safra e cria uma opção competitiva de comercialização dentro do próprio estado.
“Com a produção ficando no estado, o produtor tem uma alternativa que fortalece a renda e gera sustentabilidade ambiental, econômica e social”, reforça.
A Conab estima que, na safra 2025/2026, Mato Grosso do Sul alcance 4,9 bilhões de litros de etanol, sendo 42,8% derivados do milho. Esse aumento vem acompanhado da expectativa de 14 milhões de toneladas de milho segunda safra, garantindo segurança e estabilidade de preços para o agricultor.
“Quando parte significativa da produção permanece no estado, há estabilidade de preços e integração entre indústria e campo”, pontua Américo.
O consultor técnico da Famasul, Lenon Lovera, destaca o reflexo direto dessa demanda:
“A presença das usinas estimula o produtor a ampliar a área de milho segunda safra. O preço regional mais atrativo e a sinergia com a pecuária aumentam a rentabilidade e incentivam sistemas integrados.”
O modelo de integração entre agricultura, pecuária e indústria tem sido essencial para a competitividade do setor. O milho abastece as usinas, e os coprodutos do processamento, como DDG, WDG, óleo de milho e CO₂ industrial, retornam às propriedades rurais.
Esses insumos reduzem custos e impulsionam atividades como a pecuária, suinocultura e avicultura, além de promover a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O movimento também tem estimulado a criação de fábricas de ração, centrais de distribuição e estruturas de confinamento próximas às indústrias, fortalecendo a economia regional.
“O DDG tem alto teor de proteína e fibras, sendo uma base nutricional valiosa para rações e reduzindo custos em momentos de alta dos grãos”, explica Lovera.
De acordo com Amaury Pekelman, presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de MS), o estado vive um momento histórico.
“Mato Grosso do Sul, que já era o quarto maior produtor de etanol de cana, expandiu com o etanol de milho e consolidou-se como um dos líderes nacionais em biocombustíveis sustentáveis. Foi um passo estratégico para complementar o potencial do setor”, afirma.
Com 19 usinas de cana e 3 de milho em operação, Mato Grosso do Sul fortalece sua matriz energética diversificada e alinhada à agenda global de descarbonização.
“Com tecnologia, eficiência e sustentabilidade, estamos transformando o estado em um hub energético verde, capaz de gerar emprego, renda e um modelo produtivo de baixo carbono para o Brasil e o mundo”, complementa Pekelman.
O Sistema Famasul, por meio do Senar/MS, acompanha de perto a evolução do setor, oferecendo capacitação técnica, programas de qualificação e campanhas de incentivo ao biocombustível. A entidade também atua junto a políticas públicas voltadas à bioenergia, reforçando o protagonismo do estado na transição para uma economia verde.
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