Interior / Terenos
Defesa de Henrique Budke evita, por enquanto, recorrer para garantir retorno ao cargo de prefeito de Terenos
Após habeas corpus do STJ, advogado afirma que foco está na condução do processo e na busca pelo reconhecimento da inocência
05/10/2025
10:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Os advogados de defesa do prefeito afastado de Terenos, Henrique Wancura Budke (PSDB), ainda não cogitam ingressar com ação judicial para garantir o retorno imediato do gestor ao comando do Executivo municipal. Budke foi solto na última sexta-feira (3), por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu habeas corpus em favor dele e de outros investigados na Operação Spotless, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
O pedido de liberdade havia sido protocolado em 29 de setembro, cerca de 20 dias após a prisão preventiva do prefeito e dos demais acusados.
Em nota assinada pelos advogados Julicezar Noceti Barbosa e Felipe Barbosa da Silva, a defesa afirmou que a decisão do STJ demonstra que “não havia necessidade da prisão” e que o próximo passo será o acompanhamento das demais fases do processo.
“Com a concessão da liberdade, o Superior Tribunal de Justiça reconhece a desnecessidade da prisão. Após esse importante passo, Henrique Budke se dedicará às próximas fases da defesa, buscando o merecido reconhecimento de sua inocência”, destacaram os advogados.
Questionado sobre um possível pedido de retorno ao cargo, o advogado Julicezar Barbosa declarou que não há previsão de manifestação adicional além do conteúdo da nota, enfatizando que o foco atual da equipe é a condução técnica da defesa e o esclarecimento das acusações.
Henrique Budke foi preso preventivamente em 9 de setembro, acusado de liderar um esquema de direcionamento de contratos e obras públicas no município de Terenos (MS). As investigações do MPMS apontam o envolvimento de empresários e servidores municipais em um suposto esquema de corrupção.
O Ministério Público denunciou Budke e outros 25 investigados pelos crimes de:
Fraude em licitações
Corrupção ativa e passiva
Lavagem de dinheiro
Organização criminosa
Segundo o MPMS, os contratos irregulares somam cerca de R$ 16,5 milhões, abrangendo obras de unidades de saúde, escolas, calçadas e pavimentação. A promotoria também menciona pagamentos de propinas, crescimento patrimonial incompatível e desvios de recursos públicos.
A decisão do STJ, que garantiu a liberdade do prefeito, não altera o afastamento de suas funções públicas, que permanece em vigor.
Henrique Budke segue proibido de reassumir o cargo até que nova decisão judicial reavalie as medidas cautelares impostas.
Enquanto isso, a defesa afirma que a prioridade será a análise processual, a coleta de provas e a sustentação da tese de inocência do prefeito afastado.
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