Cultura / Luto
Morre o jornalista e escritor Luciano Serafim, aos 48 anos, em Dourados
Ativista cultural, vice-presidente do Grupo Literário Arandu deixa legado marcante na literatura sul-mato-grossense
05/10/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O cenário literário de Mato Grosso do Sul perdeu neste sábado (4) uma de suas vozes mais criativas e engajadas. O jornalista e escritor Luciano Serafim da Silva, alagoano radicado em Dourados, morreu aos 48 anos após um período de internação iniciado em 19 de agosto. Ele era diabético e enfrentava complicações de saúde.
Figura central na cena cultural do Estado, Luciano foi vice-presidente do Grupo Literário Arandu e atuou como jornalista do Diário MS. Reconhecido pela dedicação à promoção da literatura regional, ele organizava saraus, ministrava oficinas e apoiava novos autores.
O corpo de Luciano Serafim será velado na Capela Pax Primavera, localizada na Avenida Weimar Gonçalves Torres, 4974, na Vila Industrial, em Dourados. O sepultamento está previsto para às 8h desta segunda-feira (6).
Em nota de pesar, o Grupo Literário Arandu destacou a relevância de sua trajetória:
“Luciano foi uma figura central e incansável na cena literária sul-mato-grossense, deixando um legado de dedicação, talento e ativismo cultural.”
Autor de obras marcantes, Serafim publicou livros de poemas como:
Eu, entre nós (2002)
Mordendo as lábias (2006)
Sururu com Coca-Cola (2016)
Além deles, lançou o livro de contos Outro dia a gente sai (2003) e o infantojuvenil Curumim de Asfalto (2008).
Sua versatilidade também se estendeu a roteiros de curtas-metragens e histórias em quadrinhos.
Um dos pontos altos de sua carreira foi o reconhecimento acadêmico: o livro Sururu com Coca-Cola integrou a lista de leitura obrigatória do vestibular da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) por três anos consecutivos (2022, 2023 e 2024) — e seguia cotado para 2025. A obra, que une as vivências nordestinas às experiências sul-mato-grossenses, tornou-se referência na literatura contemporânea.
Luciano Serafim ajudou a fundar o Grupo Literário Arandu em 1997, permanecendo ativo até o fim. Também foi cofundador da editora independente Arrebol Coletivo (2013), voltada à publicação de autores regionais.
Na Revista Arandu, exercia papel fundamental na edição de arte e diagramação, imprimindo seu olhar apurado sobre estética e design.
O Grupo Arandu encerrou a nota com um tributo emocionante:
“Luciano era um motor cultural, um criador inquieto e generoso. Sua ausência será sentida profundamente, mas seu legado continuará inspirando a literatura brasileira.”
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