Política / Manifestação
Contra PEC da Blindagem, eleitores de Campo Grande vão às ruas em protesto no Centro
Manifestantes criticam anistia e pedem justiça contra crimes antidemocráticos de 8 de janeiro; parlamentares de MS dividem votos
21/09/2025
09:00
MIDIAMAX
DA REDAÇÃO
Manifestantes contra a PEC da Blindagem no Centro de Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Logo no início da manhã deste domingo (21), eleitores de Campo Grande aderiram ao movimento nacional contra a PEC da Blindagem, proposta que submete a abertura de ações penais de parlamentares à autorização do Legislativo e restringe prisões em flagrante, inclusive por crimes inafiançáveis.
De acordo com o texto aprovado pela Câmara, deputados e senadores só poderiam ser investigados ou presos com aval das respectivas Casas Legislativas, em prazos de até 90 dias.
A manifestação começou por volta das 8h, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, no Centro da capital. Bandeiras do Brasil, faixas, cartazes e gritos de protesto contra a PEC marcaram o ato.
“Sem perdão, quero ver o Bolsonaro na prisão”, entoavam manifestantes ao som de tambores e alto-falantes.
Para Eduardo Lopes, um dos organizadores, a PEC representa um retrocesso.
“Essa posição que o Congresso tomou em relação à PEC da Impunidade, que chamamos de PEC da Bandidagem, é uma manobra para não combater a corrupção”, afirmou.
O ex-candidato à prefeitura Luso de Queiroz (PSOL) também participou e disse que a proposta atende interesses de grupos envolvidos em corrupção.
“Vai muito além de combater decisões do ministro Alexandre de Moraes, como a extrema-direita alega. É para proteger quem participa de esquemas pesados”, declarou.
Já Maria Rosana, presente no protesto, destacou que a mobilização vai além de bandeiras partidárias.
“Sou contra a anistia. Queremos um país justo e com distribuição de riquezas”, disse.
Além da rejeição à PEC da Blindagem, os manifestantes se posicionaram contra a concessão de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Também houve críticas à escala de trabalho 6×1 e à falta de responsabilização por outros crimes em investigação.
“A anistia é uma cortina de fumaça. Eles querem esconder crimes que não desejam ver investigados”, afirmou Eduardo, ao defender que os envolvidos no atentado ao Estado Democrático de Direito devem cumprir pena.
Na votação da PEC na Câmara, os parlamentares de Mato Grosso do Sul se dividiram:
Contrários: Vander Loubet (PT), Geraldo Resende (PSDB) e Camila Jara (PT).
Favoráveis: Dagoberto Nogueira (PSDB), Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL), Luiz Ovando (PP) e Beto Pereira (PSDB).
O deputado Dagoberto Nogueira, ao justificar seu voto favorável, disse que o sigilo da votação foi determinante:
“Na ditadura o voto era aberto. Depois, com a Constituição de 88, passou a ser secreto. É mais razoável, porque o voto aberto constrangeria os colegas e todos os deputados acabariam absolvidos”, argumentou.
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