Política / Justiça
Valdemar Costa Neto diz que Eduardo Bolsonaro “ajudaria a matar o pai” se disputar eleição sem aval do ex-presidente
Dirigente do PL defende anistia ampla, afirma que Bolsonaro é imprevisível na escolha do sucessor e cita Ratinho Jr. como possível nome surpresa para 2026
19/09/2025
19:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, elevou o tom nas discussões internas sobre o futuro da legenda e as eleições de 2026. Em entrevista, o dirigente afirmou que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não deve insistir em candidatura própria sem o aval do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sob risco de “ajudar a matar o pai de vez”.
“Não acredito que ele brigue com o pai. Vai ajudar a matar o pai de vez?”, disse Valdemar, em referência a uma eventual candidatura de Eduardo por outro partido.
Valdemar evitou cravar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o escolhido de Bolsonaro para a sucessão presidencial. Segundo ele, o ex-presidente é “imprevisível”, assim como foi ao lançar Tarcísio ao governo paulista, e pode optar por outro nome.
Entre os nomes citados pelo cacique do PL estão o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e os governadores Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO).
“Depois dessa [lançamento de Tarcísio], ele pode vir com outra surpresa. Não duvido. Bolsonaro não é uma pessoa normal como nós, porque o carisma que ele tem não permite que ele seja normal”, afirmou.
O presidente do PL voltou a defender a anistia ampla para os condenados pelos atos de 8 de janeiro e para o próprio Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
“Queremos o Bolsonaro livre. O Bolsonaro tem que ser candidato. O Lula não foi? Temos que acatar as decisões [do STF], mas não somos obrigados a aceitar”, disse.
Valdemar também afirmou que, se o Senado rejeitar a proposta de anistia, o PL poderá recorrer à obstrução das votações, com apoio de até 45 senadores.
Na entrevista, Valdemar disse acreditar que o ex-presidente americano Donald Trump aguarda a aprovação da anistia no Brasil e criticou a condução da política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Lula está sendo afrontoso com os Estados Unidos. Se eu fosse ele, iria lá pedir ajuda ao Trump para acabar com a miséria do Brasil”, declarou.
Valdemar destacou que, caso Bolsonaro seja impedido de disputar, o PL ainda terá Michelle, Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro como grandes cabos eleitorais. Ele citou ainda o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como um dos principais nomes emergentes da legenda.
Sobre Eduardo, reafirmou que o filho do ex-presidente precisa obedecer ao pai:
“Ele tem que obedecer, porque os votos que ele tem são por causa do pai, não são por causa dele.”
A declaração ocorre em meio ao avanço da discussão no Congresso sobre o chamado “PL da Dosimetria”, relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que substituiu a ideia de anistia ampla pela redução de penas. A proposta divide a Câmara e enfrenta resistência tanto de bolsonaristas, que querem perdão total, quanto de petistas, que rejeitam beneficiar Bolsonaro e militares.
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