Política / Justiça
Denúncias contra Rueda e Ciro Nogueira abalam União Brasil e ameaçam articulações em MS
Piloto aponta ligação de Rueda com PCC e cita entrega de dinheiro a aliado de Ciro; dirigentes negam acusações e falam em perseguição política
19/09/2025
18:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
As denúncias envolvendo os dois principais dirigentes da União Progressista (UPB) — federação formada pelo União Brasil e o PP — provocaram turbulência política em Brasília e podem impactar diretamente os acordos do bloco em Mato Grosso do Sul, onde o partido é a segunda maior força.
O advogado Antônio Rueda, presidente do União Brasil, é acusado de ser sócio oculto de empresários ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi citado em relato como destinatário de recursos de propina.
As acusações vieram a público em entrevista do piloto Mauro Caputti Mattosinho ao Instituto Conhecimento Liberta (ICL) e foram confirmadas em depoimento à Polícia Federal. Ele afirmou que Rueda seria o verdadeiro dono de quatro aeronaves registradas em nome de terceiros e operadas pela TAP (Táxi Aéreo Piracicaba).
Segundo Mattosinho, em agosto de 2024, transportou uma sacola com maços de dinheiro entregue a um contato ligado ao gabinete de Ciro Nogueira por Luiz Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontado como financiador do PCC e alvo da Operação Carbono Oculto.
O piloto relatou ainda que Rueda era chamado de “Ruedinho” dentro da empresa e descrito como chefe de um grupo “com muito dinheiro para gastar”.
Em Mato Grosso do Sul, a presidente da UPB, senadora Tereza Cristina (PP), evitou a imprensa. Já o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP) defendeu a investigação rigorosa:
“Não se pode aceitar uma denúncia dessa e passar em branco. Cabe às autoridades instaurar inquérito e confirmar ou descartar as suspeitas.”
Ovando lembrou que já havia desconfiança sobre Rueda desde sua convivência no PSL com Luciano Bivar (União Brasil-PE), mas disse nunca ter tido experiência pessoal negativa.
Rueda classificou as acusações como “infundadas, prematuras e superficiais” e determinou que filiados do União Brasil deixassem cargos no governo federal em até 24 horas, incluindo o ministro do Turismo, Celso Sabino.
“Repudio com veemência qualquer tentativa de associar meu nome a pessoas investigadas ou envolvidas em ilícitos”, afirmou.
Ciro Nogueira também negou qualquer envolvimento, anunciou ação por danos morais contra o ICL e colocou seus sigilos fiscal e telefônico à disposição da Justiça.
Em nota, o União Brasil declarou “irrestrita solidariedade” a Rueda, chamou a denúncia de perseguição política e disse ver “coincidência” no momento em que a sigla decidiu sair do governo federal.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), rebateu a nota:
“A direção do partido tem todo o direito de decidir a saída de seus membros do governo. O que não pode é atribuir falsamente ao Planalto a responsabilidade por publicações que associam dirigentes do partido a investigações sobre crimes.”
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Valdemar Costa Neto diz que Eduardo Bolsonaro “ajudaria a matar o pai” se disputar eleição sem aval do ex-presidente
Leia Mais
Flávio Bolsonaro visita Carla Zambelli em presídio na Itália e pede que deputada não seja extraditada
Leia Mais
Eduardo Bolsonaro rejeita “PL da Dosimetria” e ameaça relator Paulinho da Força com possíveis sanções
Leia Mais
Ana Furtado participa de congresso sobre câncer e recebe homenagem da ABRAPEC
Municípios