Ampla Visão
Simone & Lula? Mochi admite deixar o MDB
Coluna Ampla Visão analisa Lei da Ficha Limpa, federações partidárias, cenários eleitorais para 2026, embates no STF e os rumos do MDB em Mato Grosso do Sul
04/09/2025
20:30
MANOEL AFONSO
FICHA LIMPA: A lei contra os políticos que ‘avançaram o sinal’ ficará mais suave. Hoje, parlamentares federais, estaduais ou municipais que perdem o mandato ficam inelegíveis pelo resto do mandato e nos 8 anos seguintes. No futuro, a ilegibilidade contará da data da perda do mandato, reduzindo o prazo que o político estará impedido de concorrer.
OPINIÕES: Divididas, porque a sociedade civil se mobilizou pela ‘Lei da Ficha Limpa’ que detonou 5.000 candidaturas em 10 anos. Alguns casos da sua aplicação ficaram gravados na memória – como do ex-governador Garotinho, do ex-deputado Eduardo Cunha e do ex-senador Delcídio do Amaral. E você, aprova ou não?
PERA LÁ! Pelo perfil dos 513 deputados federais, vamos encontrar apenas a minoria realmente vocacionada para os desafios do cargo. A situação financeira do candidato não garante um mandato de qualidade. A tese vale inclusive para as eleições no Mato Grosso do Sul, onde alguns nomes já são ventilados para a Câmara Federal.
LEMBRANDO: Numa de suas passagens pela presidência da Assembleia Legislativa, Londres Machado era cobrado para tentar a Câmara Federal. Ele sempre se esquivava argumentando: “Em Brasília, é preciso que o parlamentar seja um especialista em determinada área, participando de comissões inclusive. Sou mais útil aqui.”
PREOCUPA: O advento das federações partidárias preocupa os deputados estaduais. Cada qual com sua contabilidade nas projeções e de olho nos acertos com prefeitos, vereadores e lideranças que rendem votos. Confira abaixo a relação dos deputados e respectiva votação em 2022:
Mara Caseiro 49.512
Paulo Corrêa 49.184
Zeca do PT 47.193
Jamilson 43.435
Zé Teixeira 39.329
Lídio Lopes 32.412
Caravina 31.952
Coronel Davi 31.480
Kemp 27.969
Lucas de Lima 26.575
Júnior Mochi 26.108
João Henrique Catan 25.914
Gerson Claro 25.839
Londres Machado 25.691
Antônio Vaz 19.395
Renato Câmara 17.756
Neno Razuk 17.023
Marcio Fernandes 16.111
Pedrossian Neto 15.994
Lia Nogueira 15.153
Roberto Hashioka 13.662
Rinaldo Modesto 12.800
Gleice Jane 16.918
Paulo Duarte 16.663
VEJA BEM: Em muitos casos não bastará só repetir a votação para garantir a vaga. O jogo em 2026 será diferente de 2022. Além das federações partidárias, haverá a concorrência de candidatos estreantes com ‘bala na agulha’. E não se pode ignorar a influência do pleito presidencial. Afinal, vivemos num estado conservador.
MARCOS POLLON: Para o deputado federal, o enfrentamento faz parte da democracia; a função do parlamento não é de levar obras, mas sim debater ideias; hoje haveria muitos discursos eloquentes, mas incoerentes; inadmissível discutir a anistia sem incluir Bolsonaro; a anistia está nas mãos de Hugo Motta.
E MAIS... Pollon reconhece a capacidade política de Reinaldo Azambuja, mas defende uma candidatura ao Senado exclusivamente ligada à direita. Lembra que foi o mais votado na capital com 38.410 votos, do total de 103.111 votos, sem apoio de prefeitos, vereadores e governo, além de não contar com recursos financeiros.
‘DESCONFORTO’: No saguão da Assembleia especula-se como serão as relações entre o deputado João Henrique Catan e o ex-governador Reinaldo Azambuja no PL. As razões: Catan é um crítico mordaz da administração estadual e são notórios os laços fraternais que unem o ex-governador a Eduardo Riedel. “Mexeu com um, mexeu com o outro.”
BALA NA AGULHA: Experiente, Reinaldo Azambuja tem a leitura do quadro que o espera no PL. Para ganhar maior confiança, levará como ‘dote eleitoral’ a filiação de 18 prefeitos interioranos, além de contar com a presença do presidente Valdemar Costa Neto. Mas até o dia 21 poderemos ter novidades, inclusive a filiação de outros personagens.
MEMÓRIA: Para os eleitores bolsonaristas são inevitáveis as comparações entre o processo contra Lula e aquelas decisões da justiça beneficiando empresários e políticos implicados na Lava Jato. Há, é claro, um sentimento oceânico contra a postura de alguns ministros do STF. Como sugere o título novelesco da Globo: Vale tudo!
COMPARANDO: Lula só foi preso após condenado em primeira e segunda instância, num processo marcado pelo contraditório e ampla defesa. A justiça usou de equilíbrio. Agora, questiona-se no campo jurídico se, mesmo sem condenação em primeira ou segunda instância, justifica-se a imposição das duras medidas contra Bolsonaro. Pesos e medidas adversas, sem dúvida.
DO LEITOR: “O PT precisou buscar um nome de fora para tentar ganhar musculatura em 2026. O sucesso do partido em nível nacional não se repetiu aqui como mostram, por exemplo, as derrotas de Teruel, Vander, Alex e Delcídio. No fundo, a agremiação ficou ao longo dos anos circunscrita ao mando de alguns poucos.”
COERÊNCIA: É a marca do deputado Junior Mochi. Em 2018, apesar das condições adversas, foi fiel ao MDB como postulante ao Governo. Agora, no 4º mandato, faz sérias restrições às pretensões da ministra Simone Tebet como candidata ao Senado, uma força auxiliar da candidatura Lula. Neste caso, Mochi até admite deixar o partido.
LÍDIO LOPES: Após passar pela Câmara da capital, o deputado chegou à Assembleia após disputar o pleito de 2010. Eleito para o 4º mandato em 2022 com 32.412 votos, não esconde seu otimismo nas projeções para 2026. Ao colunista revelou: visitou todos os municípios e foi votado em todos eles nas últimas eleições.
PETISTAS: Como manda a tradição, adoram ‘boquinhas’ no serviço público. Aqui não é diferente, mesmo após a propalada reunião e declaração de dirigentes. Foi exatamente sobre a esperada demora de petistas em deixar o Governo Estadual, que o deputado Neno Razuk teceu finas ironias na Assembleia. Curioso – Zeca do PT e Pedro Kemp calados.
JUSTIÇA: Princípio elementar: a lei assegura a todos cidadãos o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, princípios que devem ser obedecidos em todos os julgamentos. O que não é permitido é transformar o STF num palco de revanchismo político, sob o risco de ser visto como ator político neste processo contra Bolsonaro.
NA INTERNET: “Mesmo dura, a crítica é própria da democracia. Vivemos em tempos de tensão: a liberdade de manifestação se cruza com a atuação da justiça. A criminalização desmedida das opiniões sufoca a liberdade de expressão. O direito penal não pode servir de instrumento para sufocar ou intimidar a manifestação dos cidadãos.”
No Brasil, o fundo do poço é apenas uma etapa.
O futuro era muito melhor antigamente.
Conhece-te a ti mesmo, mas não fique íntimo.
O que separa o homem dos bichos, é que o homem sabe que é irracional.
Se o mundo está correndo para o abismo, fique de lado e deixe ele passar.
Aposentado é o vagabundo sem culpa e com renda ainda que seja insuficiente.
Após certa idade, é temerário fazer aniversário. Todo “Parabéns” soa como ironia.
A corrupção é antiga no Brasil. As “contas” que o Cabral trocou com os índios já não fechavam.
Máxima usada no futebol e por políticos investigados: a melhor defesa é o ataque.
Vivemos cercados pelas nossas alternativas, pelo que podíamos ter sido.
Não sei para onde caminha a humanidade. Mas quando souber, vou para o outro lado.
Quando você acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Mega-Sena acumula e próximo prêmio chega a R$ 40 milhões
Leia Mais
STJD condena Bruno Henrique por manipulação de jogo e aplica 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil
Leia Mais
Anvisa apreende lotes falsificados de Mounjaro e Opdivo usados no tratamento de câncer
Leia Mais
APAE de Campo Grande recebe 262 pares de calçados da campanha ‘O Seu Pezinho Virou Pezão’
Municípios