A disputa interna pelo comando do PSDB em Mato Grosso do Sul movimenta os bastidores políticos nesta semana. O mandato do deputado federal Geraldo Resende, que vinha presidindo o partido de forma provisória desde a saída do ex-governador Reinaldo Azambuja (PL), chega ao fim nesta terça-feira (21), abrindo espaço para uma nova composição da Executiva Estadual.

Entre os cotados para assumir o partido estão o deputado federal Beto Pereira e o deputado estadual Pedro Caravina, que intensificaram as conversas com prefeitos, vereadores e dirigentes municipais em busca de apoio.

Lideranças defendem consenso e estabilidade partidária

O vereador Papy (PSDB), presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, afirmou em entrevista ao Jornal O Estado que a bancada tucana na Capital tem ouvido os dois pré-candidatos à presidência. Segundo ele, a prioridade é garantir estabilidade e união interna.

“Vamos receber o Caravina. Já recebemos o Beto, que é um dos candidatos, e reunimos os vereadores da bancada. O acordo pode ser um presidente-tampão até o fim do ano, com uma articulação maior depois, ou um acordão para alguém assumir agora e continuar em 2026”, explicou Papy.

O parlamentar destacou que, em sua avaliação pessoal, Beto Pereira reúne as melhores condições para comandar o PSDB:

“O Beto tem uma larga vantagem. Já é deputado federal, tem capacidade de montar chapa. É o político mais arrojado hoje para ser presidente”, avaliou.

Caravina prega reconstrução e fortalecimento da legenda

Já o deputado Pedro Caravina enfatizou que o diálogo com vereadores e lideranças locais faz parte de um esforço coletivo para reorganizar o partido e prepará-lo para as eleições de 2026.

“O PSDB tinha um tamanho enorme, o maior do Brasil. Agora não vai ter mais isso. O objetivo é manter a estrutura partidária e apoiar a reeleição do governador Eduardo Riedel. Eu quero ajudar na reconstrução do partido, do qual faço parte há muito tempo”, afirmou.

Caravina lembrou que, embora o mandato da Executiva Estadual se encerre hoje, a definição final sobre a nova direção depende da Executiva Nacional, comandada por Marconi Perillo.

“O diretório vence agora, mas a nacional deve resolver até o final de novembro, quando haverá a convenção. Estamos nos articulando para entender quem quer permanecer e reconstruir o PSDB”, explicou.

Decisão nas mãos da direção nacional

O deputado Geraldo Resende, que presidiu o partido provisoriamente desde 2023, confirmou que a definição da nova executiva será conduzida pela direção nacional.

“Acaba o período da atual executiva. Pode ser renovada, pode mudar toda a composição. Quem anuncia é a direção nacional. Vamos esperar acontecer”, disse.

O deputado Beto Pereira, apontado como favorito entre parte das lideranças tucanas, também aguarda a decisão.

“O que temos de orientação é que o presidente Marconi vai editar uma comissão provisória. Estamos na expectativa de qual será o entendimento dele nessa decisão, que deve ocorrer nos próximos dias”, afirmou.

Processo e próximos passos

A escolha do novo comando estadual poderá ocorrer por consenso entre os membros da executiva ou, se não houver acordo, por votação interna.
A eleição definitiva, com participação mais ampla dos filiados, deve acontecer em 2026, em alinhamento ao calendário eleitoral.