Política / Justiça
Eduardo Bolsonaro pede para exercer mandato direto dos EUA e pressiona Hugo Motta
Deputado alega “diplomacia parlamentar” e compara situação a trabalho remoto na pandemia; presidente da Câmara já rejeitou a ideia
29/08/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) formalizou pedido ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para exercer o mandato diretamente dos Estados Unidos, onde está desde o início de 2025. Em ofício encaminhado à Mesa Diretora, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou a solicitação afirmando que realiza “diplomacia parlamentar” no país e citou a pandemia de Covid-19 como precedente para atuação remota.
“Não se pode admitir que o que foi assegurado em tempos de crise sanitária deixe de sê-lo em um momento de crise institucional ainda mais profunda”, argumentou Eduardo no documento, reproduzido em sua conta no X (antigo Twitter).
Em março, Eduardo Bolsonaro pediu licença da Câmara e anunciou que permaneceria nos EUA com o objetivo de buscar sanções internacionais contra autoridades brasileiras, especialmente o ministro do STF Alexandre de Moraes. Neste mês, ele e Jair Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Segundo a PF, o deputado teria atuado para estimular medidas externas que constrangessem a Justiça brasileira.
Apesar de estar fora do país, Eduardo chegou a participar, de forma remota, de uma subcomissão da Câmara no dia 27 de agosto, sem convite formal. A presença gerou polêmica nos bastidores do Legislativo.
O presidente da Casa, Hugo Motta, já havia descartado a possibilidade de um “mandato à distância”.
“Não há previsibilidade para exercício do mandato à distância. Não há previsão no regimento para isso”, afirmou em entrevista ao portal Metrópoles, em 7 de agosto.
Em outra entrevista, à revista Veja, Motta reforçou sua posição e criticou o alinhamento de Eduardo com pressões internacionais contra o Brasil:
“Cada parlamentar tem autonomia e liberdade para agir como entender importante. Mas não posso concordar com a atitude de um parlamentar que, estando fora do País, trabalha para que medidas tragam danos à economia nacional.”
No dia 15 de agosto, Hugo Motta encaminhou ao Conselho de Ética processo de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. A medida foi tomada em meio a tensões crescentes, já que o deputado chegou a ameaçar que Motta poderia “entrar no radar das sanções internacionais” caso não pautasse o projeto de lei de anistia aos réus dos atos de 8 de Janeiro.
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