Assembleia Legislativa analisa projeto que suspende licença ambiental da JBS em MS
Proposta de Pedrossian Neto mira produção de farinha de ossos que gera mau cheiro e afeta 100 mil moradores de Campo Grande
06/08/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final (CCJR) da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) recebeu nesta quarta-feira (6) o Projeto de Decreto Legislativo que propõe a suspensão das licenças ambientais da unidade da JBS em Campo Grande, especificamente no setor de produção de farinha de ossos. A iniciativa é de autoria do deputado estadual Pedrossian Neto (PSD).
Segundo o parlamentar, a medida foi motivada por denúncias recorrentes de mau cheiro insuportável na região do Imbirussu, atingindo diretamente cerca de 100 mil moradores de bairros vizinhos à fábrica. A proposta será agora analisada tecnicamente pela CCJR antes de seguir para votação em plenário.
A proposta determina que as licenças ambientais sejam suspensas até que o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) comprove o cumprimento integral das recomendações técnicas emitidas por relatórios do Ministério Público Estadual e do próprio órgão ambiental estadual.
“Já passou da hora de uma resposta firme do poder público. Esse cheiro tira o sono e a qualidade de vida das pessoas. É um problema que se arrasta há anos”, declarou Pedrossian Neto da tribuna.
O problema denunciado envolve a produção de farinha de carne e ossos, atividade secundária da planta da JBS, mas que, segundo o deputado, é a principal fonte da emissão de gases tóxicos e odores fortes, por utilizar matéria-prima em decomposição e operar sem sistema eficaz de controle de odores.
“Se não fosse a fabricação desses dois componentes, que nem são o produto principal daquele local, não teríamos problema”, enfatizou Pedrossian.
Desde 7 de março de 2025, há uma ação civil pública do Ministério Público de Mato Grosso do Sul solicitando a implementação de medidas mitigadoras como:
Instalação de cortinas arbóreas para contenção de odores;
Revisão do sistema de exaustão da fábrica;
Controle mais eficaz da logística de transporte de resíduos.
Contudo, para o deputado, essas providências ainda não foram plenamente implementadas e são insuficientes diante da gravidade do problema ambiental e de saúde pública.
O projeto será discutido e avaliado pela CCJR e, se aprovado, poderá seguir para votação em plenário. A JBS ainda não se manifestou publicamente sobre a nova proposta de suspensão.
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