Campo Grande (MS), Sexta-feira, 18 de Julho de 2025

Ampla Visão

‘Pegadinhas’ da lei preocupam os candidatos

Projeções para 2026, incertezas nas reeleições, mudanças no Código Civil e efeitos do tarifaço de Trump movimentam o tabuleiro político em MS

17/07/2025

20:00

MANOEL AFONSO

RETROSPECTIVA:
Se em 2020 o PSDB ganhou em 37 municípios, em 2024 venceu em 44 cidades (56%). São 134.628 votos a mais, aumentando o eleitorado em 34%. Em 2024, o partido elegeu 17 vice-prefeitos e 261 vereadores; 11% a mais em relação a 2020, quando elegeu 24 vereadores. Entre prefeitos e vereadores, obteve 522.049 votos.

IMAGINAÇÃO:
Não falta na previsão do desempenho tucano para 2026. É bom lembrar que dos 1.954.224 votos no Mato Grosso do Sul, 615.245 votos estão na Capital. A projeção do tucanato é que Eduardo Riedel supere os seus 808.210 votos de 2022, quando Reinaldo Azambuja foi o primeiro em 32 anos a eleger o sucessor ao governo estadual.

A PERGUNTA:
Quem, dos 8 atuais deputados federais, não conseguirá a reeleição? Não será apenas o prestígio pessoal dos candidatos que garantirá a vaga. Poderemos ver repetir o fenômeno de 2022 para a Assembleia Legislativa, quando candidatos com menos votos acabaram eleitos no lugar de concorrentes mais votados.

EXEMPLOS:
Na hipótese de eleitas, a deputada Mara Caseiro e a ex-deputada Rose Modesto ‘tomariam’ a vaga de quem? Por mais abalizados que sejam os analistas, ancorados nos noticiários, é impossível detectar quais dos 8 atuais titulares na Câmara ficariam de fora. Mas é preciso reconhecer a força do mandato numa eleição.

ILUSÃO?
Não há garantia absoluta de que os votos obtidos numa eleição sejam o alicerce que sustente a votação no pleito seguinte. Economia, escândalos, novos nomes e desempenho administrativo influenciam. Em 2022, vimos experientes como André Puccinelli ficar em 3º lugar (17,18%) e Marcos Trad em 6º lugar (8,68%).

POLÊMICA:
A ‘profissão de herdeiro’ poderá acabar se aprovada a proposta de alteração do Código Civil, prevendo a perda do direito à herança pelo filho ou neto que abandonar pais idosos. A medida complementa o art. 1.814 do Código, que já prevê deserdação por ingratidão.

PERGUNTA-SE:
No futuro, quem cuidará daqueles que hoje cuidam de seus pais? Hoje, há idosos abandonados até em hospitais. Sempre há desculpas para descartar os velhos, sem espaço, afeto ou assistência. Não por acaso, faltam vagas nos asilos.

A LENDA:
Antonio Braga, filho de ferroviário, advogado, foi vereador da capital por 4 mandatos, presidente da Câmara (1995/98), deputado estadual (1999–2003 – MDB / 2003–2007 – PPS) e comandou a Secretaria de Justiça. Aos 86 anos, acompanha a política pela mídia. Cumpriu sua missão de homem público.

AGRIMENSORES:
Estão sorrindo com razão. A prorrogação do prazo por mais 5 anos para regularização de propriedades rurais na fronteira brasileira aumenta a demanda por esses profissionais. Usando drones e tecnologia moderna, garantem agilidade e precisão na produção de mapas imobiliários.

TARIFAS:

Trump imagina-se imperador do mundo e não sabe nada do Brasil, como, de resto, não sabe nada do mundo. O Brasil, excelência, tem os seus defeitos, que são só nossos. Mas para sua surpresa, é uma nação soberana, democrática e independente. Compra demais dos Estados Unidos e talvez seja a hora de diminuir os gastos com a nação do Norte.”
Celio H. Guimarães

‘CONSELHEIROS’:
Os conselheiros políticos foram substituídos pelas pesquisas eleitorais que mapeiam o quadro e detectam os pontos positivos e negativos dos pré-candidatos. O último conselheiro marcante foi o ex-deputado João Leite Schimidt, atuante desde antes da criação do Estado.

SUSPEITOS:
Por interesse pessoal, o candidato costuma ser o maior suspeito para julgar sua própria viabilidade eleitoral. O papel do conselheiro experiente e imparcial fazia diferença e suas análises eram respeitadas por candidatos, grupos e partidos.

RARIDADES:
O fim do antigo sistema partidário, com identificação ideológica, dissolveu a figura do conselheiro. A atual mobilidade partidária e alianças por conveniência prejudicam as avaliações políticas. É a metamorfose da política com o advento das pesquisas.

EXEMPLO:
Pesquisas recentes mostram o impacto do episódio das tarifas impostas por Trump e os reflexos eleitorais sobre Lula e Bolsonaro. Pelas simulações, é possível avaliar o que o brasileiro pensa das posturas de cada um dos três personagens e projetar os desdobramentos.

E AGORA?
No passado, Trump abandonou o Acordo de Paris. Agora, usa como justificativa para retaliação ao Brasil o argumento de que o país não aplica corretamente a legislação ambiental, afetando a competitividade dos produtores americanos. Uma clara incoerência e hipocrisia.

DÚVIDA:
Em 2026, até que ponto o eleitor de MS levará em conta o voto do deputado federal na Lei Geral do Meio Ambiente? Apenas Camila Jara e Vander Loubet votaram contra a proposta. Os outros 6 parlamentares devem justificar suas decisões ao eleitorado.

ALCKMIN:
O vice-presidente Geraldo Alckmin está no centro da crise das tarifas e pode colher dividendos eleitorais com a visibilidade. Se disputar o Senado por São Paulo em 2026, teria chances junto ao eleitorado centrista. Mas, como se diz, sua timidez atrapalha.

GASTANÇA:
Está comprovado: as empresas de apostas esportivas atuam de forma agressiva no Brasil. A publicidade das “bets” tomou conta dos eventos esportivos. O que assusta ainda mais é a iminente liberação dos cassinos e jogos afins. Salve-se quem puder.


PÍLULAS DIGITAIS

  • “A vida é como tentar comer um bife duro com talher de plástico em uma marmita de isopor.”Pedro Vinicío

  • “O preço dos antidepressivos. Meu Deus, não dá nem pra ficar triste neste país!”(internet)

  • “Nada mudou na Câmara: Hugo Mota empregou funcionários 'fantasmas'.”(internet)

  • “Garotinho é como uma bola, não tem lado e é oco por dentro.”Leonel Brizola

  • “Não existe um homem chato que um violão não possa piorar.”(internet)

  • “Geopolítica – Revelado: Brasília não fica no Brasil.”Millôr

  • “Estamos fazendo isso porque eu posso.”Donald Trump

  • “Está ruim para o Brasil, mas também está para os Estados Unidos.”senador Nelsinho Trad

  • “Trump deu presente a Lula com tarifaço.”ex-ministro Mailson da Nóbrega

  • “O povo não votou no Moraes.”deputado Rodolfo Nogueira

  • “Quando o governo erra, o STF não pode ser cúmplice.”deputado Luiz Ovando


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal do Estado MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: