Campo Grande (MS), Quarta-feira, 09 de Julho de 2025

Esporte / Infraestrutura

Deputado defende projeto viável para reabertura do Morenão e cobra equilíbrio entre custo e funcionalidade

Pedro Pedrossian Neto destaca necessidade de reforma parcial para atrair investidores e resgatar autoestima do futebol sul-mato-grossense

09/07/2025

09:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A reabertura do Estádio Morenão, em Campo Grande (MS), passa por um novo capítulo. O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, articulador político da iniciativa, afirmou que o projeto precisa conciliar viabilidade técnica com um orçamento realista para que o estádio volte a receber público após anos de interdição.

“O desafio é equilibrar o projeto com o orçamento possível”, declarou o parlamentar em entrevista ao jornal Correio do Estado. O estádio está fechado desde 2022 e, em seu auge, era habilitado para até 40 mil pessoas.

Estudos técnicos e entraves institucionais

A próxima etapa do processo é a conclusão dos estudos técnicos contratados pela Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos), com entrega prevista até o fim de julho. Só com esses dados será possível estimar o valor da reforma. As projeções iniciais variam entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, mas o deputado acredita em um custo mais modesto, especialmente em uma proposta de reabertura parcial.

O impasse atual gira em torno de exigências feitas pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que detém a titularidade do estádio. A instituição quer garantir:

  • Uso para eventos universitários;

  • Manutenção do Memorial do Futebol e do Museu da Ciência;

  • Possível pagamento de outorga;

  • E que a manutenção pós-reforma seja de responsabilidade do Estado.

No entanto, o governo estadual defende um modelo de concessão via Parceria Público-Privada (PPP), no qual a manutenção seja repassada a uma empresa especializada. “O governo quer apenas o instrumento jurídico para viabilizar a concessão. Não pretende assumir diretamente o estádio”, disse Pedrossian Neto.

Proposta de reabertura parcial

A proposta da Agesul prevê a reforma de apenas parte da arquibancada coberta, com capacidade para 12 mil pessoas. Segundo o deputado, a reabertura, mesmo que parcial, é essencial para demonstrar ao mercado que há público e demanda, o que facilitaria a atração de investidores.

“Sem público, sem torcida, não há interesse. Precisamos mostrar que existe torcida, que o Morenão tem vida”, defendeu.

A concessão estudada deve ter validade de 35 anos, com modelo inspirado em arenas multiuso como o Allianz Parque (SP), combinando futebol, shows, eventos culturais e estruturas comerciais.

Viabilidade econômica e entraves urbanísticos

Além do custo da reforma, o modelo de negócio do novo Morenão depende de planejamento urbano e flexibilidade institucional. O deputado alertou que restrições da UFMS podem inviabilizar o projeto para potenciais concessionários. “Nenhum investidor aceitará um modelo engessado, sem margem de receita”, afirmou.

Recuperação do futebol e da autoestima esportiva

Pedrossian Neto também relacionou a crise do futebol local à má gestão da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), envolvida em escândalos de corrupção. “Sem estádio, não há investimento em time, sem time, não há torcida, nem patrocinador”, alertou. Para ele, o Morenão deve ser o ponto de virada do esporte estadual.

Perspectivas para 2026

Apesar da expectativa inicial de reabertura em janeiro de 2026, o deputado adota cautela e prefere evitar promessas. “É melhor não criar expectativas antes da conclusão dos estudos. O setor público é lento”, afirmou.

Ao final, reforçou que o objetivo não é apenas reabrir um estádio, mas resgatar um símbolo da capital. “Se esperarmos mais 15 anos, o risco é ter que implodir o Morenão. Precisamos agir agora, com urgência e bom senso”, concluiu.


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