Campo Grande (MS), Quinta-feira, 12 de Junho de 2025

Política / Justiça

Weintraub rompe com Bolsonaro após interrogatório no STF: “Fui muito otário”

Ex-ministro da Educação critica declarações do ex-presidente, chama bolsonarismo de “lepra” e diz ter sido enganado

11/06/2025

08:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub publicou duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a oitiva do ex-chefe do Executivo no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10). Em postagem na rede social X (antigo Twitter), Weintraub afirmou: “Nós, que acreditamos no Bolsonaro em algum momento, fomos otários! Eu fui muito otário!”

A reação ocorre após declarações de Bolsonaro durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal sobre a tentativa de golpe em 2022. Em tom de deboche, o ex-presidente chegou a “convidar” Moraes para ser seu vice em 2026, provocando risos na sala de audiência. O ministro respondeu com ironia: “Eu declino”.

Ex-aliado ataca “bolsonarismo”

Weintraub, que foi um dos principais nomes do núcleo ideológico do governo Bolsonaro, compartilhou o vídeo do episódio e voltou a criticar duramente o ex-presidente e seu entorno político.

“O bolsonarismo é uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda”, escreveu o ex-ministro, que também publicou uma imagem de um rato com a legenda: “Esse rato é mais imundo e covarde do que eu imaginava.”

As falas ocorreram após Bolsonaro classificar, durante o depoimento, os apoiadores que pediam intervenção militar e volta do AI-5 como “malucos” — sinalizando distanciamento de discursos extremistas, o que desagradou setores mais radicais de sua base.

Trajetória e ruptura

Nomeado ministro da Educação em abril de 2019, Abraham Weintraub permaneceu no cargo por 14 meses. Durante esse período, acumulou polêmicas com reitores, estudantes, parlamentares, e foi alvo de críticas por ataques a minorias, à China e ao STF — este último, chamado por ele de “vagabundos” em reunião ministerial.

Sua demissão ocorreu em junho de 2020, sob forte pressão institucional. Desde então, Weintraub rompeu com Bolsonaro e passou a criticá-lo publicamente, alegando traição e abandono por parte do grupo político.


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