Política / Justiça
Advogado é preso em MS acusado de aplicar golpes em nome de pessoas mortas e com uso de procurações falsas
Daniel Nardon é suspeito de liderar esquema que causou prejuízo de até R$ 50 milhões em ações judiciais fraudulentas
15/05/2025
16:00
DA REDAÇÃO
O advogado Daniel Fernando Nardon é conduzido por policiais rodoviários federais (Foto: Direto das Ruas)
O advogado Daniel Fernando Nardon, de 46 anos, foi preso na manhã desta quinta-feira (15) em Dourados, a 251 km de Campo Grande, acusado de participar de um amplo esquema de fraudes judiciais envolvendo empréstimos feitos em nome de pessoas mortas ou em estado vegetativo. A prisão preventiva havia sido decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul no dia 9 de maio.
A captura ocorreu na base da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-163, em operação conjunta com a Polícia Civil gaúcha. Daniel estava em um carro com um amigo e alegou que viajava de Mato Grosso. A suspeita é de que ele pretendia fugir para o Paraguai.
Daniel é um dos alvos da Operação Malus Doctor, deflagrada pela Polícia Civil do RS em 7 de maio para investigar o que foi classificado como “advocacia predatória”. Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas, incluindo 9 advogados. A organização criminosa é acusada de causar um prejuízo de cerca de R$ 50 milhões com ações judiciais fraudulentas.
Entre as acusações, Nardon teria ajuizado ações usando procurações falsas, inclusive de pessoas que já haviam falecido. Em um dos casos, foi comprovado que ele entrou com processo dois meses após a morte do suposto cliente. A polícia apurou que o advogado chegou a ajuizar 581 processos em um único dia, e que o grupo acumulava cerca de 145 mil ações no Rio Grande do Sul e outras 30 mil em São Paulo.
O delegado Vinicius Nahan, da 2ª Delegacia de Porto Alegre, afirmou que os investigados usavam dados falsificados para revisar juros de empréstimos consignados, e se apropriavam dos valores das indenizações. Policiais militares e professores aposentados estão entre as principais vítimas.
Durante a investigação, foi identificado que o grupo usava uma empresa de consultoria e operava até um suposto banco digital, o “Nardon Bank”, que não possui registro no Banco Central.
Considerado foragido desde a deflagração da operação, Nardon teve o passaporte apreendido por determinação da 1ª Vara Regional de Garantias de Porto Alegre. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também suspendeu preventivamente o direito de ele exercer a advocacia.
Em nota oficial publicada em 8 de maio, o escritório Daniel Nardon & Advogados Associados negou todas as acusações:
“Refutamos integralmente as denúncias. Nosso trabalho sempre foi voltado à defesa de aposentados, servidores e pessoas em situação de vulnerabilidade. Confiamos que todos os fatos serão esclarecidos.”
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