Polícia / Trânsito
Empresário morre em cela do Cepol em Campo Grande e família denuncia negligência
ACT, de 60 anos, havia sido preso em flagrante por dirigir embriagado e não resistiu após passar mal na cela; causa da morte será investigada pelo IMOL
02/05/2025
17:45
NL
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Um empresário e arquiteto aposentado, identificado como Antônio César Trombini, de 60 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (2) dentro de uma cela da Depac Cepol, no bairro Tiradentes, em Campo Grande (MS). Ele havia sido preso na noite anterior por dirigir embriagado após um acidente de trânsito e aguardava audiência de custódia. A família acusa a Polícia Civil de negligência, afirmando que Trombini bateu a cabeça no acidente e não recebeu atendimento médico adequado.
Segundo o Boletim de Ocorrência, um detento que dividia a cela com Trombini chamou os policiais por volta das 11h, relatando que o empresário havia passado mal e não respirava. O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas apenas pôde constatar o óbito às 12h. No bolso da vítima, foram encontrados medicamentos para hipertensão, condição relatada pelo próprio empresário durante a prisão.
O acidente aconteceu na noite de quinta-feira (1º), na Rua Arthur Jorge, onde Trombini colidiu sua caminhonete Volkswagen Amarok contra um Hyundai Creta. O motorista do outro veículo não se feriu, mas a passageira sofreu ferimento leve na cabeça. O filho dela, policial civil, esteve no local e deu voz de prisão ao empresário, que apresentava sinais de embriaguez e 0,67 mg/L no teste do bafômetro — valor que configura crime de trânsito.
De acordo com familiares, o irmão da vítima, que é médico, tentou acesso à cela às 10h30 para realizar um curativo, alegando preocupações com o estado clínico do detido. No entanto, o pedido foi negado por não haver autorização formal nem receita médica. O advogado de Trombini havia o visitado mais cedo, às 9h, e o descreveu como “consciente e orientado”.
A ex-esposa de Trombini, Sandra Roncatti, afirmou que ele sofreu traumatismo craniano no acidente e jamais deveria ter sido levado diretamente ao Cepol sem passar por avaliação médica. Ela também contesta a atuação do policial que deu voz de prisão, acusando-o de entrar no veículo do empresário sem mandado judicial e levar seus pertences pessoais.
A família diz ainda que já havia um parecer favorável do Ministério Público pela soltura, que não foi cumprido a tempo. “Quando finalmente liberaram, ele já tinha morrido”, lamentou Sandra.
Segundo a família, o atestado de óbito aponta como causa da morte o traumatismo craniano, embora a causa oficial do IMOL ainda não tenha sido divulgada. A Polícia Civil informou que o caso será apurado pela Corregedoria-Geral e que um agente identificado como responsável por barrar o atendimento médico também será investigado.
O velório de Antônio César Trombini está previsto para este sábado (3), em horário e local a confirmar. Além de arquiteto, ele era proprietário de um restaurante na Rua 14 de Julho, sendo bastante conhecido no setor empresarial de Campo Grande.
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