Após oficializar o repasse de R$ 25 milhões à Santa Casa de Campo Grande, o governador Eduardo Riedel (PSDB) cobrou uma mudança no modelo de gestão do hospital, que atualmente opera com um déficit mensal de R$ 13,2 milhões. A cobrança ocorreu durante reunião com autoridades estaduais, municipais e representantes da bancada federal, realizada nesta quinta-feira (3), na Capital.

🗣️ “É necessário que haja uma mudança no modelo de gestão, uma mudança estrutural”, afirmou o governador.

💸 Crise financeira e total de repasses O novo recurso emergencial foi viabilizado com apoio da bancada federal, por meio de emendas destinadas ao Fundo Estadual de Saúde. A verba será repassada em três parcelas de R$ 8,3 milhões a partir de 20 de abril até junho.

Com o valor liberado agora, os repasses estaduais à Santa Casa somam R$ 50 milhões desde outubro de 2024. Além dos R$ 25 milhões anunciados recentemente, o Governo do Estado já havia autorizado um convênio de R$ 15 milhões no fim do ano passado e repassado outros R$ 9 milhões para cobrir o 13º salário dos funcionários da unidade hospitalar.

📉 Déficit e situação emergencial Segundo relatório apresentado à Assembleia Legislativa em março, o hospital opera com déficit líquido mensal de R$ 13,23 milhões, o que representa cerca de R$ 158,85 milhões por ano. A crise é agravada pela falta de reajustes financeiros desde 2022 e pela ausência de um novo contrato com a Prefeitura de Campo Grande, cujo documento de contratualização venceu em meados de 2024.

A direção da Santa Casa também cita que valores reconhecidos judicialmente referentes à pandemia de Covid-19 em 2020 ainda não foram pagos, estando pendentes de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

⚖️ Decisão judicial e suspensão de cobrança à Prefeitura No fim de março, uma decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) suspendeu a obrigação da Prefeitura de Campo Grande de pagar R$ 46 milhões ao hospital em 48 horas. A decisão evitou o sequestro de valores das contas municipais, o que poderia comprometer outros serviços essenciais, inclusive na área da saúde.

📍 Reestruturação do modelo de gestão O governador Riedel defende que, além do repasse financeiro, é necessário repensar a administração da unidade filantrópica para evitar situações emergenciais recorrentes. O novo modelo também deve ser implantado no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), que é gerido diretamente pelo Estado.

🧾 Negociações com o Ministério da Saúde A senadora Soraya Thronicke (PODE-MS), coordenadora da bancada federal, anunciou que haverá uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para tratar da crise da Santa Casa e buscar novas formas de financiamento. Também está em pauta a renegociação de dívidas, incluindo R$ 80 milhões em juros acumulados com a Caixa Econômica Federal.