Agro / Sustentabilidade
Rastreabilidade de bovinos avança e será obrigatória até 2032: Brasil se prepara para atender mercados exigentes
Plano Nacional de Identificação Individual vai permitir controle sanitário detalhado e agregar valor à carne bovina; produtores têm até 2026 para se adaptar à fase de testes
28/03/2025
08:45
FAMASUL
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A rastreabilidade de bovinos e búfalos no Brasil entrou em uma nova fase com o lançamento do Plano Nacional de Identificação Individual (PNIB). O programa, anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), será implementado gradualmente até 2032 e permitirá o monitoramento completo da movimentação e sanidade dos animais, atendendo às exigências de mercados internacionais cada vez mais rigorosos.
Durante reunião realizada nesta semana na Dinapec 2025, representantes da CNA, Famasul, Novilho Precoce MS, além de federações e especialistas do setor, debateram os impactos do plano e os desafios da adaptação da cadeia produtiva.
Até 2026: fase de transição, testes e desenvolvimento da base de dados nacional
2027 a 2029: início da identificação individual dos animais
Até 2032: rastreabilidade obrigatória para todo o rebanho brasileiro
De acordo com Francisco de Castro, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA, a rastreabilidade é um diferencial estratégico para o Brasil no cenário global.
“Nosso objetivo é garantir que os produtores estejam preparados. Essa medida agrega valor à carne brasileira e fortalece nossa competitividade internacional.”
O sistema informatizado do PNIB também apoiará a vigilância sanitária e a sustentabilidade da pecuária, dois pilares centrais para atender países da União Europeia, China e outros mercados premium.
O estado, que caminha para ser reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação em 2025, deve se beneficiar diretamente da rastreabilidade. A diretora-técnica da Famasul, Mariana Urt, destaca:
“A rastreabilidade fortalece a certificação sanitária e aumenta a credibilidade da carne sul-mato-grossense no mercado global. É um passo essencial para consolidar o Brasil como referência mundial.”
Segundo Rafael Gratão, presidente da Novilho Precoce MS, a adoção de tecnologias como brincos eletrônicos, softwares de gestão e sistemas de monitoramento poderá gerar custos iniciais aos produtores.
“Mas quem se preparar desde agora terá um diferencial competitivo. A rastreabilidade será obrigatória, e quem sair na frente vai conquistar mercados e agregar valor ao produto.”
Além da rastreabilidade, outros temas estratégicos foram abordados no encontro:
Uso de antimicrobianos e exigências da União Europeia
A nova regulação da UE impõe restrições ao uso de medicamentos em rebanhos exportadores, exigindo adequação sanitária e reforço da rastreabilidade.
Investigação da China sobre importação de carne bovina
O governo chinês avalia impactos do aumento das importações, o que pode levar à imposição de cotas ou tarifas. A CNA acompanha de perto a movimentação para defender os interesses do setor.
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