Política / Justiça
Justiça converte prisão preventiva de empresária e ex-secretária em domiciliar após operação contra fraude de R$ 10 milhões
Luciana Mendes e Denise Medis, presas na Operação Malebolge, vão cumprir prisão em casa por serem mães de crianças menores de 12 anos
26/03/2025
14:15
DA REDAÇÃO
Prefeitura de Água Clara ©DIVULGAÇÃO
A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a conversão da prisão preventiva para prisão domiciliar das investigadas Luciana Mendes Carneiro, empresária de Rochedo, e Denise Rodrigues Medis, ex-secretária de Finanças de Água Clara, após atuação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na Operação Malebolge.
As duas foram presas preventivamente sob acusação de participação em um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 10 milhões de recursos públicos, principalmente na área da merenda escolar, nos municípios administrados por prefeitos do PSDB.
Após o habeas corpus liminar ser revogado pela 3ª Câmara Criminal, as investigadas voltaram a ter a prisão preventiva válida. A defesa, então, solicitou ao juiz Roberto Ferreira Filho a substituição pela prisão domiciliar, argumentando que ambas são mães de crianças menores de 12 anos, o que está previsto como critério no Código de Processo Penal.
O juiz acatou o pedido e determinou a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, como forma de manter a cautelaridade do processo.
Deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), a Operação Malebolge revelou um esquema de fraudes em licitações, principalmente na área da educação, com pagamento de propinas para atestar serviços e entregas não realizados. O nome da operação faz referência à “Malebolge”, parte da obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri, onde são punidos os fraudadores no inferno.
As irregularidades ocorreram em Água Clara, administrada por Gerolina Alves (PSDB), e em Rochedo, governada por Arino Jorge (PSDB). As ações foram desdobramentos da Operação Turn Off, que já havia revelado fraudes de R$ 68 milhões nas áreas da saúde e educação.
Segundo o MPMS, os servidores públicos:
Recebiam propina para atestar entregas de produtos e serviços não realizados;
Agilizavam processos de pagamento com notas fiscais frias;
Facilitavam contratos direcionados a empresas parceiras no esquema.
A operação inclui empresários, ex-secretários, servidores de licitação e até familiares de gestores municipais, entre eles:
Luciana Mendes Carneiro – empresária de Rochedo
Denise Rodrigues Medis – ex-secretária de Finanças de Água Clara
Fabrício da Silva – marido de Luciana, empresário
Fernando Passos Fernandes – filho do prefeito de Rochedo e servidor da área de licitações
Empresários de Campo Grande, como Douglas Geleilaite, Mauro Mayer e Izolito Campagna
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