Política / Bastidores
Pressão por vaga no Senado trava filiação de Capitão Contar ao PP em MS
Ex-deputado quer garantia de candidatura majoritária, mas esbarra em resistência dentro do grupo liderado por Tereza Cristina, Riedel, Azambuja e Bolsonaro
09/06/2025
07:45
INVESTIGAMS
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) voltou aos holofotes políticos de Mato Grosso do Sul ao articular sua filiação ao Partido Progressistas (PP), sigla da senadora Tereza Cristina, que foi uma de suas principais adversárias na disputa pelo Governo do Estado em 2022. Apesar das tratativas avançadas, a filiação foi adiada após Contar exigir garantias de candidatura ao Senado, o que gerou desconforto dentro da legenda.
Contar chegou a se reunir com Tereza Cristina em Brasília, onde sua filiação seria oficializada com apoio de lideranças nacionais do PP. No entanto, ele pressionou por uma vaga majoritária em 2026, exigindo ser o nome do partido para o Senado, algo que ainda não tem consenso no grupo composto por PP, PL, PSDB (Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja).
"O partido tem outros nomes à frente na fila para o Senado", disse uma fonte ligada à direção estadual da sigla.
A pré-candidatura de Contar à vaga de senador esbarra em outros três nomes já cogitados dentro do Progressistas:
Gerson Claro (PP) – presidente da Assembleia Legislativa
Marcelo Miglioli (PP) – secretário de Infraestrutura de Campo Grande
Luiz Ovando (PP) – deputado federal e atual representante do partido na Câmara
A possível entrada de Contar mexe com o xadrez político do partido, sobretudo na disputa por cadeiras federais, onde ele e Rose Modesto (União Brasil) são vistos como nomes fortes para puxar votos. Isso, por outro lado, ameaça a reeleição de Ovando, que teme ficar sem espaço numa coligação com candidatos mais populares.
Internamente, aliados de Ovando cobram reconhecimento por sua fidelidade ao PP, especialmente durante a campanha à prefeitura de Campo Grande em 2020, quando se colocou à disposição para ser vice de Adriane Lopes (PP). Ele só não foi o escolhido porque não se desligou a tempo de um programa de TV que apresentava.
Contar continua oficialmente filiado ao PRTB, partido que enfrenta risco de extinção pela cláusula de barreira. Com poucas chances de sobrevivência eleitoral, ele busca abrigo em siglas com maior estrutura e tempo de propaganda.
Além do PP, o ex-deputado recebeu convites do Republicanos e do PL, mas não deu retorno efetivo a nenhuma das legendas. Chegou a procurar o ex-presidente Jair Bolsonaro em busca de apoio direto, mas ouviu que deveria negociar com lideranças estaduais.
Bolsonaro tem articulado com Reinaldo Azambuja (PSDB) e sinalizou apoio à vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, como possível pré-candidata ao Senado.
Por ora, o grupo que articula as candidaturas ao Senado nas eleições de 2026 — formado por Tereza Cristina, Eduardo Riedel, Reinaldo Azambuja e Jair Bolsonaro — ainda não bateu o martelo sobre os nomes que disputarão as vagas.
Contar segue no radar, mas sem garantias e, até o momento, fora de qualquer definição formal.
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