POLÍTICA
Bolsonaro pode ter prisão especial em unidade militar, avaliam generais do Exército
Ex-presidente foi denunciado pela PGR por trama golpista; decisão sobre detenção ainda é incerta
21/02/2025
08:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) por suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, generais do Exército passaram a discutir a possibilidade de o ex-presidente, caso condenado, cumprir prisão em uma unidade militar.
A justificativa para essa alternativa é o fato de Bolsonaro ser capitão reformado do Exército e ex-chefe de Estado, o que, segundo fontes ligadas ao comandante da Força, general Tomás Paiva, poderia garantir condições menos desfavoráveis de detenção. Uma das possibilidades avaliadas seria a instalação de uma sala especial no Comando Militar do Planalto, em Brasília.
Segundo quatro generais consultados pela reportagem, a expectativa é que, caso Bolsonaro seja condenado, o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda uma prisão especial, como ocorreu com os ex-presidentes Lula e Michel Temer.
O Código Penal Militar prevê a prisão em sala de Estado-Maior para algumas autoridades, como ministros, parlamentares e oficiais das Forças Armadas, antes de uma condenação definitiva. Apesar de ex-presidentes não estarem listados explicitamente na legislação, o benefício costuma ser aplicado a eles devido à sua posição como comandante-em-chefe das Forças Armadas durante o mandato.
Apesar dessa possibilidade, há divergências internas sobre a viabilidade de uma prisão militar para Bolsonaro. Alguns oficiais-generais defendem que o ex-presidente não deveria cumprir pena em um quartel, pois o contato com militares poderia incentivar desordens.
Uma solução alternativa apontada seria a detenção em uma das sedes da Polícia Federal, assim como ocorreu nos casos de Lula e Temer.
Durante um evento do PL na quinta-feira (20), Bolsonaro afirmou não estar preocupado com uma possível condenação e ironizou as investigações.
"O tempo todo dizem: 'vamos prender o Bolsonaro'. Caguei para a prisão." – disse o ex-presidente, sob aplausos.
A defesa de Bolsonaro classificou a denúncia da PGR como “estarrecedora e sem provas”. Segundo os advogados, não há elementos concretos que liguem o ex-presidente à tentativa de golpe ou a supostos planos de assassinato de autoridades.
Bolsonaro foi denunciado pela PGR sob a acusação de liderar uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. As principais provas utilizadas pela Polícia Federal (PF) incluem:
Enquanto a PF finaliza as investigações, a possibilidade de uma prisão especial para Bolsonaro segue como um tema de forte debate dentro das Forças Armadas e do meio jurídico.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Anitta trava disputa judicial contra farmacêutica por uso de nome em cosméticos
Leia Mais
Justiça condena deputado Nikolas Ferreira por discurso transfóbico na Câmara
Leia Mais
Mega-Sena acumula e próximo prêmio chega a R$ 11 milhões
Leia Mais
CBF nega camisa vermelha da Seleção Brasileira e afirma compromisso com estatuto
Municípios