Coluna do Simpi
Receita aperta fiscalização e chega a vez dos autônomos que vendem no CPF
Pressão por nota fiscal aumenta a partir de 2026; MEI, teto de faturamento e novo DAS ampliam desafios para pequenos negócios
16/12/2025
20:15
SIMPI
Autônomos no CPF entram no radar da Receita a partir de 2026
Autônomos que trabalham no CPF devem sentir uma pressão crescente pela emissão de nota fiscal já a partir de 1º de janeiro de 2026. O trabalho informal tende a enfrentar uma mudança prática importante: emitir nota fiscal deixa de ser exceção e passa a ser rotina para quem presta serviços ou vende de forma recorrente.
Esse movimento ocorre porque o Brasil avança na padronização de documentos fiscais eletrônicos, dentro do pacote de mudanças da Reforma Tributária, com maior integração entre sistemas e mais rastreabilidade das operações.
Hoje, muitos profissionais ainda atuam sem nota, principalmente em atendimentos a pessoas físicas. Com a nova fase, cresce a expectativa de cobrança explícita pelo documento fiscal, sobretudo quando o cliente é empresa (CNPJ), mas também em vendas e serviços para CPF, conforme as regras e a implementação dos sistemas pelos órgãos responsáveis.
Assista: https://youtu.be/0N3wAVr8fzo
Além da nota fiscal, outro ponto passa a exigir atenção redobrada: organização financeira e tributária.
Quem trabalha como pessoa física precisa ter cuidado com:
Origem dos valores recebidos
Registro correto dos rendimentos
Justificativa da movimentação financeira
Dependendo do tipo de recebimento, pode haver apuração mensal, como no Carnê-Leão (quando aplicável), além da declaração anual do Imposto de Renda.
Ou seja, não é mais apenas “receber e pronto” — é receber, registrar, comprovar e declarar.
Diante desse cenário, muitos profissionais se perguntam: não vale mais a pena virar MEI?
Em vários casos, o Microempreendedor Individual (MEI):
Facilita a emissão de nota fiscal
Organiza o trabalho com CNPJ
Garante contribuição ao INSS com custo mensal reduzido
⚠️ Mas não é solução universal. A decisão depende:
Da atividade exercida
Do faturamento anual
Do modelo de negócio
O Fórum Estadual de Empreendedores e Investidores de Rondônia será realizado nos dias 17 e 18 de dezembro, em Porto Velho, reunindo empreendedores, investidores, MEIs e pequenos e médios empresários, tanto urbanos quanto rurais.
A iniciativa é organizada pelo Instituto Kadosh de Desenvolvimento da Amazônia, em parceria com a Sedec (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico).
📌 Destaques do evento:
Oito palestras
Quatro rodas de conversa
Construção coletiva de propostas para políticas públicas
Foco em acesso a crédito, comércio, logística, transporte e indústria
📺 Assista: https://youtu.be/FW4JiWLOL9c
Em dezembro de 2025, o Projeto de Lei Complementar nº 108/2021, que atualiza os limites de faturamento do MEI, microempresas e empresas de pequeno porte, ainda não foi votado pela Câmara dos Deputados.
Segundo o advogado Marcos Tavares:
O projeto já foi aprovado no Senado
Analisado por todas as comissões da Câmara
Aguarda votação em plenário desde setembro de 2022
📊 Dados que evidenciam o problema:
Limites congelados desde 2018
Inflação (INPC 2018–2025): ~49,8%
Reajuste do salário mínimo no período: ~59,11%
Resultado: o MEI paga mais, mas não pode faturar mais.
Se o projeto não for votado e sancionado até o fim de 2025, novos limites só terão efeito em 2027. Mesmo com aprovação em 2025, a defasagem estimada é de cerca de 20%.
📺 Assista: https://youtu.be/O4T0TBWvUdU
Com o limite congelado há mais de oito anos:
Custos sobem
Empreendedores precisam vender mais
Mas não podem faturar mais
Hoje, muitos MEIs vivem no limite de R$ 81 mil (ou até R$ 96 mil), pagando multas e impostos cheios apenas para permanecer no sistema.
A fiscalização está mais rigorosa:
PIX
Cartão
Compras no CNPJ
Tudo é cruzado automaticamente pelo fisco. Ultrapassar o limite implica migração forçada para ME, o que pesa no bolso.
O SIMPI já alertou deputados e governos sobre o risco de demissões e fechamento de empresas. Há diálogo e esperança, especialmente em Rondônia, mas o tempo é curto.
O governo federal confirmou o salário mínimo em R$ 1.621 para 2026, alta de 6,79%. O reajuste impacta diretamente o DAS-MEI, já que a contribuição previdenciária corresponde a 5% do salário mínimo.
📌 Novos valores do DAS-MEI (a partir de fevereiro/2026):
Comércio e indústria: R$ 82,05
(INSS R$ 81,05 + R$ 1,00 ICMS)
Prestadores de serviços: R$ 86,05
(INSS R$ 81,05 + R$ 5,00 ISS)
Comércio e serviços: R$ 87,05
(INSS R$ 81,05 + R$ 1,00 ICMS + R$ 5,00 ISS)
O pagamento em dia garante direitos como:
Aposentadoria por idade
Aposentadoria por invalidez
Auxílio-doença
Salário-maternidade
Pensão por morte
Auxílio-reclusão
O recado é direto: 2026 tende a apertar a informalidade no CPF. Quem se antecipar agora, organizando finanças, avaliando a formalização e buscando orientação contábil, tende a sofrer menos quando a exigência bater à porta.
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