O governo federal transferiu ao Estado de Mato Grosso do Sul a gestão e exploração de trechos das rodovias BR-262 e BR-267, permitindo o avanço no projeto de concessão dessas vias para a iniciativa privada. O objetivo é facilitar o escoamento da produção, especialmente por meio da Rota da Celulose, que conecta Campo Grande à região Sudeste do país. O convênio foi oficializado com a publicação do extrato nesta quinta-feira (12) no Diário Oficial da União.

Após a publicação que autorizou o andamento do certame, o governador Eduardo Riedel (PSDB) contatou ministros do governo federal para agradecer pela parceria que viabilizou o projeto. "Recebemos hoje a publicação, falei às sete horas da manhã com o ministro Renan Filho [Transportes], ministro Rui Costa [Casa Civil], e a ministra Simone Tebet [Planejamento], que ajudaram muito para que tivéssemos a legalidade para levar o projeto a leilão. É um projeto estimado em R$ 5,8 bilhões de capex, abrangendo 870 km de rodovias, que deve ir a leilão no final do ano", afirmou o governador.

Interesse de empresas e leilão

Segundo Riedel, várias empresas demonstraram interesse em participar do leilão, que está previsto para ocorrer no dia 12 de dezembro, na B3 (Bolsa de Valores Brasileira), em São Paulo. O leilão inclui trechos rodoviários estaduais e federais, totalizando 870 km. O governador mencionou que o mercado está atento ao projeto, com grandes empresas do setor e instituições financeiras já fazendo consultas.

Detalhes da concessão

O projeto prevê a concessão de trechos da BR-262, que vai da divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo, na ponte sobre o Rio Paraná, até o entroncamento com a BR-163, em Campo Grande. Esse trecho cobre 328,2 km. Já o trecho da BR-267 que será concedido se estende da divisa com São Paulo até Nova Alvorada do Sul, totalizando 248,1 km.

A concessão abrange nove municípios de Mato Grosso do Sul, incluindo Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Água Clara, Três Lagoas, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina e Anaurilândia. O prazo da concessão será de 30 anos e inclui investimentos em duplicação, acostamentos, terceiras faixas, vias marginais e dispositivos de segurança.

Além disso, o projeto prevê a construção de 116 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de vias marginais e 82 dispositivos em nível, além da disponibilização de 49 veículos operacionais para atendimento ao usuário, como ambulâncias e guinchos.

Impacto econômico

A região onde serão realizadas as melhorias é um importante polo econômico, com destaque para a produção agropecuária e a presença de indústrias de celulose, papel, construção, frigoríficos e metalmecânica. O projeto visa reduzir o tempo de deslocamento, diminuir os custos de manutenção de veículos e fomentar novas oportunidades de negócios no estado.