ARTIGOS
O mistério continua no ar
29/08/2024
08:32
CÉLIO HEITOR GUIMARÃES
©REPRODUÇÃO
Até bem pouco tempo, as autoridades públicas e as forças armadas de todos os países negavam veementemente a existência de objetos voadores não identificados, os chamados OVNIs (ou UFOs, na sigla americana, ou discos-voadores, como são popularmente chamados). Justificavam-nos como fenômenos naturais, balões ou coisas que o valham. De repente, curiosamente, passaram a não só aceitá-los com possível origem extraterrestre como a divulgar imagens colhidas por pilotos civis e militares.
No ano passado, o Pentágono surpreendeu o mundo com a divulgação de um site que partilha informações, fotos e vídeos sobre casos resolvidos de UFOs. Em setembro, a Marinha americana reconheceu a veracidade dos vídeos.
A atenção das autoridades aumentou quando três veteranos militares testemunharam perante o Congresso dos Estados Unidos, questionando a omissão do governo sobre o fenômeno.
– Os UAPs ou UFOs, sejam eles o que forem, podem representar uma séria ameaça às nossas aeronaves militares e civis, e isso deve ser entendido – declarou o deputado democrata Robert Garcia, da Califórnia, durante a audiência. E completou: “Deveríamos encorajar mais relatórios. Quanto mais entendermos, mais seguros estaremos”.
No Brasil, a situação era mais ou menos a mesma. Até que um movimento de ufólogos, liderados pelo falecido A.J. Gevaerd, fez o governo brasileiro e a Aeronáutica liberarem o acesso a mais de 20 mil páginas de documentos, que se encontram atualmente no Arquivo Nacional, em Brasília.
Agora, o comando da Força Aérea Brasileira acaba de liberar novo lote de documentos com cerca de 30 relatos sobre OVNIs avistados em território nacional, a maioria por parte de pilotos experientes.
Os reportes são do ano passado e foram encaminhados ao Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), vinculado à FAB. O “Arquivo X” brasileiro é denominado “ARX” ou, mais precisamente, BR DFANBSB ARX.
O novo lote abrange avistamentos feitos por pilotos que, em sua maioria, sobrevoavam os céus da região Sul. Mas há também relatos da região Sudeste e Norte.
Um dos casos ocorreu no dia 13 de janeiro de 2023, quando o piloto de uma aeronave comercial avistou dois objetos não identificados, que emitiam uma luz branca, intermitente. Os objetos apareciam, desapareciam e reapareciam, fazendo movimentos aleatórios em todas as direções, quando o avião estava a mais de 10 mil metros de altitude. O fato aconteceu nas proximidades do aeroporto de Ourilândia do Norte, no Pará, por volta das 06h30, e os objetos acompanharam o voo por mais de meia hora, até a aterrissagem em Belém.
No dia 21 de janeiro, outro piloto relatou a visão de cinco OVNIs, que acompanharam a aeronave sobre o oceano, durante 40 minutos, desde Ilha Bela, no litoral paulista, até Navegantes, em Santa Catarina. Faziam movimentos circulares e, por vezes, se dispunham de maneira a formar um círculo, aproximando-se e distanciando-se uns dos outros. Emitiam luz branca, intermitentes, que aumentavam e diminuíam de intensidade. O avião navegava a uma altitude de 12 mil metros e a velocidade dos objetos era de extrema aceleração.
Um caso ocorrido em 24 de janeiro, na região de Porto Alegre, RS, também foi registrado em vídeo. O céu estava limpo e as condições de visibilidade excelentes quando o piloto avistou três objetos que se pareciam com estrelas, só que se deslocando da direita para esquerda, e emitindo luzes com colorações que variavam do branco ao verde. Acompanharam o avião a uma altura de 15 mil metros.
Em 5 de fevereiro, um piloto relatou ao Sindacta ter avistado entre cinco e seis objetos. Eles não possuíam forma, mas brilhavam como faróis, movendo-se da direita para a esquerda e vice-e-versa, de baixo para cima, em rotas circulares. O que mais chamou a atenção do piloto foi a velocidade dos objetos, três ou quatro vezes mais rápida que a velocidade do som. O avistamento durou 30 minutos, na região de Porto Alegre (RS), próximo de Caxias do Sul.
Algumas semanas depois, em 19 de fevereiro, outro piloto relatou a presença de dois OVNIs emitindo que luzes quem iam do branco ao vermelho. Eles se aproximavam e se afastavam da aeronave. O fato durou 40 minutos e foi registrado entre o trajeto de voo entre Curitiba, no PR, e Porto Alegre (RS).
Em 29 de março de 2023, um relato veio do Rio de Janeiro e descreveu um objeto diferente, em forma de “charuto”. Segundo o piloto, tinha cerca de três metros de cumprimento e foi avistado na região de Rio das Ostras.
É isso aí, descrente leitor. Como publicou certa vez, em manchete, o jornal paulista Notícias Populares: “Os discos-voadores não existem, mas continuam aparecendo”.
“Expressionante” – acrescentaria o nosso comandante Zé Beto.
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