Campo Grande (MS), Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2025

ESPORTES

Cezário retorna à prisão três meses após ser liberado

Ex-presidente da FFMS é preso novamente pelo Gaeco em meio a investigações sobre desvio de R$ 6 milhões; família contesta acusações.

28/08/2024

08:35

DA REDAÇÃO

Francisco Cezário entrando em viatura do Gaeco, estacionada em frente à sua casa (Foto: Henrique Kawaminami)

Francisco Cezário de Oliveira, de 78 anos, presidente afastado da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), foi preso novamente na manhã desta quarta-feira (28) pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Cezário foi levado de sua residência na Vila Taveirópolis, em Campo Grande, por volta das 8h.

A prisão ocorre três meses após Cezário ter sido liberado do Presídio Militar da Capital para receber tratamento médico no Hospital Cassems, em 5 de junho, devido a suspeitas de infarto. Dois dias depois, ele retornou para casa, onde passou a usar tornozeleira eletrônica.

A irmã de Cezário, Francisca Rosa de Oliveira, de 64 anos, expressou indignação com a nova prisão, afirmando que a família foi pega de surpresa e questionando a falta de provas concretas contra o irmão. "Estamos sendo vítimas de uma situação que não compreendemos. Não há evidências de desvio de dinheiro, e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) não encontrou irregularidades financeiras. Ninguém entende o motivo dessa ação", declarou ela.

Francisca Rosa de Oliveira, a irmão de Cezário (Foto: Henrique Kawaminami)
Francisca também mencionou o estado de saúde de Cezário, destacando que ele está em tratamento para má circulação nas pernas e possui problemas cardíacos.

Nem os agentes envolvidos na prisão, nem a defesa de Cezário se manifestaram até o momento.

Investigações – A Operação "Cartão Vermelho", deflagrada pelo Gaeco em 21 de maio deste ano, investiga o desvio de R$ 6 milhões da FFMS, ocorrido entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023. Cezário, que esteve à frente da entidade por quase 30 anos, é acusado de participação em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo recursos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e verbas públicas.

Além de Cezário, outras seis pessoas foram presas sob suspeita de envolvimento no esquema. Durante sua primeira prisão, Cezário solicitou afastamento do cargo de presidente da FFMS, que atualmente está sob intervenção de Estevão Petrallás, ex-presidente do Operário, designado pela CBF para administrar o futebol local de forma interina.

Outros 11 acusados de integrar o grupo também foram denunciados, confira:

  • Aparecido Alves Pereira (Cido): árbitro e ex-funcionário da FFMS; integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais;
  • Francisco Carlos Pereira (sobrinho de Cezário): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marcelo Mitsuo Ezoe Pereira: ex-servidor municipal lotado na secretaria de gestão; integrar organização criminosa, furto qualificado e lavagem de capitais;
  • Umberto Alves Pereira (Beto), apontado como principal operador do esquema: integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de capitais;
  • Valdir Alves Pereira (sobrinho de Cezário); integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Rudson Bogarim Barbosa (funcionário da FFMS): integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado e falsidade ideológica;
  • Jamiro Rodrigues de Oliveira (Miro): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marco Antônio Tavares (Vice-presidente da FFMS e dono da empresa MTavares Eventos): integrar organização criminosa e furto qualificado;
  • Marcos Paulo Abdalla Tavares (filho de Marco Antônio Tavares): furto qualificado;
  • Marco Antônio de Araújo (Marcão), proprietário da empresa Invictus Esportes – que recebia valores da FFMS para fornecer uniformes aos clubes: peculato;
  • Luiz Carlos de Oliveira (irmão de Cezário): furto qualificado.

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