Reunião para eleger integrantes estava marcada para esta segunda-feira. Presidente da Câmara aumentou prazo para apresentação de indicados.
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Divulgação/Arquivo |
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), informou nesta segunda-feira (7) que a reunião da Câmara marcada para o início desta noite para eleger os integrantes da comissão que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi adiada para terça-feira. Segundo Sibá, a informação foi dada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante reunião de líderes.
O colegiado será composto por 65 integrantes titulares e igual número de suplentes indicados pelos partidos de acordo com o tamanho das bancadas. Caberá à comissão proferir parecer pela continuidade ou não do processo, que depois precisará ser votado em plenário.
A eleição dos integrantes da comissão se dá a partir da indicação de nomes feita pelos partidos. Segundo Sibá Machado, Cunha decidiu permitir a indicação de chapas avulsas, alternativas às oficiais das bancadas. Por isso, foi estendido até 14h de terça o prazo para apresentação de indicações. Uma chapa, para ser votada, precisa ser composta por 33 nomes, já que existem 65 vagas na comissão especial.
"É uma confusão! É a segunda mexida. O prazo para indicação era hoje às 14h. O presidente passou para 18h. Agora remarca para amanhã e permite que dentro de uma mesma bancada haja indicações para outra chapa. É inaceitável", criticou Sibá Machado, destacando que analisará meios de recorrer da decisão.
O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força Sindical, explicou que a oposição vai lançar uma chapa alternativa à oficial, com membros que defendem o impeachment da presidente. A intenção é abrigar indicados de uma ala do PMDB que é crítica ao governo Dilma, já que o líder do partido, deputado Leonardo Picciani (RJ), pretende nomear deputados que atuam em sintonia com o Palácio do Planalto.
"Vamos retirar as nossas indicações da chapa oficial. Também vão retirar o PSDB, DEM e PPS", afirmou Paulinho.
O líder o governo, José Guimarães (PT-CE), classificou de "conluio pela mudança das regras do jogo" a decisão de adiar para esta terças as nomeações e a permissão para que haja chapa alternativa. "Tínhamos um acordo. Hoje seria a reunião de instalação da comissão. Acordamos isso entre líderes e trabalhamos no fim de semana as negociações para indicação. Hoje anuncia que passou para amanhã. Isso fere o acordo político", afirmou.
A líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), afirmou que Cunha está faz uma "manobra" com a oposição, para prejudicar a presidente Dilma e, ao mesmo tempo, adiar votação no Conselho de Ética, marcada para 14h, do parecer do deputado Fausto Pinato (PRB-SP) que defende continuidade do processo que investiga o presidente da Câmara. O prazo para a indicação dos nomes foi marcado para 14h, mesmo horário da reunião do conselho.
"Ele adiou para amanhã para dar tempo de lançar a chapa da oposição. E ele só nos comunicou. Não pediu opinião. É uma manobra clara para viabilizar a chapa da oposição e adiar mais uma vez a reunião do Conselho de Ética", disse Jandira.
Após a instalação da comissão, Dilma será notificada e começará a contar o prazo de dez sessões da Câmara para que ela apresente a sua defesa. O processo de impeachment foi deflagrado na última quarta-feira (2) pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele acatou pedido formulado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.
Do G1, em Brasília
Por: Nathalia Passarinho e Fernanda Calgaro
Link original: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2015/12/reuniao-para-definir-membros-de-comissao-do-impeachment-e-adiada-diz-lider.html