Campo Grande (MS), Segunda-feira, 01 de Dezembro de 2025

Política / Economia

Reforma do Imposto de Renda deve injetar R$ 28 bilhões na economia, diz Lula

Presidente destaca isenção para renda até R$ 5 mil e taxação extra sobre alta renda a partir de janeiro

30/11/2025

20:55

DA REDAÇÃO

Presidente Lula durante pronunciamento na noite deste domingo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento em cadeia nacional na noite de domingo (30), que o Brasil alcançou o menor nível de desigualdade de sua história recente. A fala de aproximadamente seis minutos teve como foco a nova política do Imposto de Renda, que isenta trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês e aumenta a tributação sobre contribuintes de alta renda. As medidas entram em vigor em janeiro de 2026.

A lei foi sancionada na quarta-feira (26), em Brasília, e cumpre, segundo Lula, um compromisso firmado durante a campanha eleitoral de 2022. O presidente também citou programas como Pé-de-Meia, Luz do Povo e Gás do Povo, destacando avanços sociais, mas reconhecendo que a desigualdade ainda é profunda. “O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país, enquanto a metade mais pobre detém apenas 2%”, afirmou.

Medidas centrais da reforma

Lula classificou a mudança como um “passo decisivo” no combate às desigualdades, mas adiantou que novas ações seguirão essa mesma direção. O governo destaca que:

  • Trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil serão isentos.

  • Um trabalhador que ganha R$ 4.800 poderá economizar cerca de R$ 4 mil por ano.

  • A tributação adicional incidirá sobre 140 mil contribuintes de alta renda.

  • Esses contribuintes passarão a pagar alíquota extra de até 10%.

  • O governo estima que a maior renda disponível entre os isentos deve injetar R$ 28 bilhões na economia.

Apesar da mudança, a nova legislação não corrige integralmente a tabela do IR, que continua com cinco alíquotas: 0%, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. Quem ganha acima de R$ 7.350 por mês continuará pagando a alíquota máxima. O governo justificou que uma correção completa teria custo superior a R$ 100 bilhões anuais.

Taxação adicional aos mais ricos

Para equilibrar a perda de arrecadação, foi criada uma alíquota extra progressiva para quem recebe mais de R$ 600 mil por ano, cerca de R$ 50 mil mensais. Hoje, brasileiros de alta renda pagam, em média, 2,5% de IR efetivo, considerando lucros, dividendos e outras fontes — muito abaixo dos 9% a 11% pagos por trabalhadores assalariados.

A nova taxação não atinge rendimentos como:

  • heranças e doações,

  • ganhos de capital,

  • poupança,

  • aposentadorias por moléstia grave,

  • indenizações.

Além disso, a lei estabelece limites para evitar que a soma dos impostos pagos por empresas e seus sócios ultrapasse determinados percentuais. Caso isso ocorra, valores devem ser devolvidos na declaração anual.


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