Campo Grande (MS), Quarta-feira, 05 de Novembro de 2025

Polícia / Justiça

Preso por dois feminicídios é encontrado morto no Presídio de Trânsito de Campo Grande

Gilson Castelan e Souza, de 48 anos, havia matado Luana Cristina Ferreira Alves com 11 facadas; ele também era acusado de outro feminicídio em 2022, em Várzea Grande (MT)

04/11/2025

20:45

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O detento Gilson Castelan e Souza, de 48 anos, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (4) em uma cela individual no Presídio de Trânsito, localizado no complexo penitenciário de Campo Grande (MS). Segundo a investigação inicial, ele teria tirado a própria vida utilizando uma corda artesanal feita com lençóis. O corpo foi descoberto por volta das 16h, e o caso é apurado pela Polícia Civil.

Preso por feminicídio brutal em outubro

Gilson havia sido preso no dia 28 de outubro após assassinar Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, com 11 facadas, no pátio de uma empresa de máquinas, no bairro Jardim Colúmbia, em Campo Grande.
A vítima foi atingida no pescoço, costas e cabeça após um desentendimento sobre o valor de um programa sexual, segundo apuração policial.

Durante o crime, Luana tentou fugir, mas caiu em frente a uma residência pedindo socorro. Uma moradora a acolheu, porém a vítima não resistiu aos ferimentos, mesmo após as tentativas de reanimação realizadas pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A PM (Polícia Militar) prendeu o autor poucas horas depois. O homem foi localizado na Avenida Cônsul Assaf Trad, portando uma faca e um celular. Antes de ser capturado, ele confessou o crime por telefone ao dono da empresa onde ocorreu o assassinato, enviando inclusive um áudio de confissão.

Histórico de violência e reincidência

Após a prisão, foi confirmado que Gilson já tinha um mandado de prisão em aberto por outro feminicídio, ocorrido em 2022, contra a ex-mulher, Silbene Guia Dolores da Silva, de 40 anos, em Várzea Grande (MT).
Silbene, que trabalhava como podóloga, foi morta com 13 facadas, a maioria na região do pescoço.

Assim, Gilson Castelan era acusado de dois feminicídios, ambos praticados com crueldade e motivação de rejeição — padrão recorrente em crimes de violência doméstica e de gênero.

Morte sob custódia e investigação

No momento da morte, o preso estava sozinho em uma cela, e as autoridades consideram a hipótese de suicídio como a mais provável, embora o caso siga sob apuração.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande, e a direção do presídio deve encaminhar relatório à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e ao Ministério Público Estadual (MPMS) para acompanhamento da ocorrência.

Contexto da violência

O assassinato de Luana Cristina foi o 32º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2025, ano em que o Estado vem registrando índices alarmantes de violência contra mulheres.
A vítima deixou cinco filhos menores. Menos de uma semana após o crime, o autor tirou a própria vida dentro do sistema prisional.

Onde buscar ajuda

Em casos de violência doméstica e ameaças, a denúncia é o primeiro passo para salvar vidas.

  • Central de Atendimento à Mulher – 180 (atendimento gratuito, anônimo e 24h)

  • Emergência policial – 190

  • Casa da Mulher Brasileira – Rua Brasília, s/n, Jardim Imá, Campo Grande (MS), atendimento 24h

  • Promuse (WhatsApp): (67) 99180-0542


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