Política Internacional
Trump diz que conversa com Lula foi “muito boa” e abre possibilidade de encontros no Brasil e nos Estados Unidos
Videoconferência entre os dois líderes durou cerca de 30 minutos e tratou da crise diplomática e do comércio bilateral; Planalto fala em “tom amistoso” e EUA confirmam foco econômico
06/10/2025
13:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira (6 de outubro) que teve uma “conversa muito boa” por videoconferência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o republicano, o diálogo foi centrado em temas econômicos e comerciais, e os dois devem se encontrar pessoalmente “em um futuro não muito distante”, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
“Nesta manhã, eu fiz uma chamada telefônica muito boa com o presidente Lula, do Brasil. Nós discutimos muitas coisas, mas a conversa focou principalmente na economia e no comércio entre os dois países.
Nós teremos novas discussões e nos reuniremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu gostei da ligação — nossos países irão muito bem juntos!”, escreveu Trump em rede social.
De acordo com o Planalto, a reunião, realizada a partir do Palácio da Alvorada, durou cerca de 30 minutos e contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Sidônio Palmeira (Secom) e do assessor especial Celso Amorim.
A nota oficial do governo brasileiro descreveu o contato como “amistoso e positivo”.
Lula aproveitou a oportunidade para pedir a revisão do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e das sanções aplicadas a autoridades nacionais. O pleito foi feito após o agravamento da crise diplomática iniciada em julho, quando Trump elevou tarifas de importação em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o comunicado, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações com o Brasil, em diálogo direto com Alckmin, Haddad e Vieira.
Os dois líderes também trocaram contatos pessoais e discutiram possíveis agendas bilaterais para os próximos meses.
O Planalto afirmou que Lula levantou a possibilidade de um encontro durante a Cúpula da ASEAN, que será realizada na Malásia, além de reiterar convite para Trump participar da COP30, em Belém (PA), em novembro de 2025.
O presidente brasileiro também se disse disposto a viajar aos Estados Unidos para dar continuidade ao diálogo.
A Casa Branca, por outro lado, não confirmou a data de um encontro, mas reconheceu que a conversa entre os dois foi “produtiva”.
A porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, declarou que o republicano receberá nesta semana apenas os líderes do Canadá e da Finlândia, sem mencionar Lula na agenda oficial.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a videoconferência como “positiva”, e o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou estar “otimista” com a possibilidade de os Estados Unidos reverem o tarifaço.
De acordo com fontes do Itamaraty, o tom cordial da conversa abre espaço para uma reaproximação gradual entre os dois países.
A tensão entre Brasil e Estados Unidos teve início em julho de 2025, quando Trump anunciou, em carta oficial, sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.
No documento, o norte-americano criticou o julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF, classificando o processo como “caça às bruxas” e “vergonha internacional”.
“Conheci e tratei com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito.
A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente é uma vergonha internacional.
Esse julgamento não deveria estar ocorrendo”, afirmou Trump na carta.
O Palácio do Planalto reagiu com firmeza, destacando que o processo contra Bolsonaro diz respeito à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, e que a Justiça brasileira é soberana e não aceita ingerências externas.
Apesar das divergências, a reunião desta segunda-feira sinaliza avanços no diálogo entre os dois governos, especialmente em temas econômicos e ambientais.
Trump e Lula haviam se cumprimentado brevemente nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em setembro, quando o republicano disse ter sentido uma “química excelente” com o brasileiro.
“Ele parece um cara muito legal. Ele gostou de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com quem eu gosto”, afirmou Trump, em discurso.
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