Polícia / Feminicídio
Feminicídio no Monte Castelo: Gisele foi esfaqueada antes de ser carbonizada pelo marido em Campo Grande
Corpos do casal foram encontrados após incêndio; crime é investigado como feminicídio seguido de suicídio. Estado já soma 27 mulheres assassinadas em 2025
03/10/2025
07:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A investigação inicial da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) aponta que Gisele da Silva Cylis Saochine, 40 anos, foi esfaqueada pelo companheiro, Anderson Cylis Saochine Rezende, 49, antes de ser carbonizada, na noite de quinta-feira (2), no bairro Monte Castelo, em Campo Grande (MS). O caso é investigado como feminicídio seguido de suicídio.
Segundo a perícia, após uma discussão, Anderson teria esfaqueado Gisele no quintal da residência. Em seguida, arrastou o corpo até o quarto, onde ateou fogo. O próprio homem se trancou em seu carro, um Fiat Strada, estacionado na garagem, e também incendiou o veículo, morrendo carbonizado.
No local, policiais encontraram uma faca com sangue, marcas que indicam arrasto, além de galões de álcool e thinner usados para espalhar as chamas. O fogo destruiu parte da residência, atingindo o telhado, e só foi controlado após a atuação de 11 militares do Corpo de Bombeiros, que utilizaram quatro viaturas e 3 mil litros de água.
Moradores relataram surpresa com o crime. Um vizinho, que preferiu não se identificar, afirmou:
“Nunca vi uma briga entre eles. Era um casal evangélico, tranquilo. Fiquei em choque. Achei que o carro dele estava pegando fogo, depois vi que era a casa.”
Segundo familiares, o casal discutia constantemente por causa de uma possível separação. Uma irmã da vítima tentou contato com Gisele à tarde, sem sucesso. Pouco depois, os vizinhos perceberam as chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros por volta das 19h.
A filha do casal, de 16 anos, não estava em casa no momento da tragédia e foi quem abriu o portão para as equipes de resgate.
Com o caso de Gisele, Mato Grosso do Sul chega a 27 vítimas de feminicídio em 2025, sendo cinco apenas em Campo Grande. A vítima anterior foi Iracema Rosa da Silva, 75 anos, assassinada a facadas pelo genro em Dois Irmãos do Buriti, no dia 8 de setembro.
Entre os casos que marcaram o ano estão também os de Vanessa Eugênio Medeiros e sua filha Sophie, assassinadas em maio na Capital, e o de Juliana Domingues, morta em fevereiro em Dourados.
Fevereiro a maio: 13 mulheres mortas em diferentes cidades do Estado.
Junho a agosto: crimes em Corumbá, Maracaju, Costa Rica, Glória de Dourados, Naviraí, Ribas do Rio Pardo e Cassilândia.
Setembro: duas vítimas, em Bataguassu e Dois Irmãos do Buriti.
Outubro: Gisele da Silva Cylis Saochine, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande.
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