Campo Grande (MS), Quarta-feira, 27 de Agosto de 2025

Infraestrutura / Economia

Governo rejeita recurso e chama consórcio da XP para assumir Rota da Celulose em MS

K&G é definitivamente inabilitado após questionamentos sobre capacidade técnica; Caminhos da Celulose deve entregar documentos em setembro

27/08/2025

13:30

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A disputa pela concessão da Rota da Celulose, considerada uma das mais importantes obras de infraestrutura rodoviária de Mato Grosso do Sul, teve um novo capítulo nesta quarta-feira (27). A Comissão Especial de Licitação (CEL) rejeitou o recurso do Consórcio K&G Rota da Celulose e convocou o Consórcio Caminhos da Celulose, liderado pela XP Investimentos, para a fase de habilitação.

O grupo deverá apresentar a documentação exigida no próximo dia 3 de setembro, entre 14h e 16h, na sede da B3, em São Paulo. Caso seja aprovado, assumirá a gestão do sistema rodoviário por 30 anos.

Do leilão à inabilitação

O leilão, realizado em 8 de maio, contou com quatro concorrentes. O K&G — formado pela K-Infra Concessões e Galápagos Participações — apresentou a melhor proposta financeira, com 9% de desconto sobre a tarifa máxima de pedágio e aporte de R$ 217,3 milhões, superando o Caminhos da Celulose, que ofereceu 8% de desconto e aporte de R$ 195,6 milhões.

Apesar da vitória, o K&G foi alvo de recurso administrativo do segundo colocado, que apontou a perda do principal atestado de qualificação técnica da K-Infra após a caducidade da concessão da BR-393 (Rodovia do Aço), no Rio de Janeiro, decretada pelo Governo Federal em julho. O encerramento do contrato ocorreu por inadimplência, falhas de manutenção e descumprimentos graves.

Além disso, a K-Infra acumulava mais de 75 multas da ANTT entre 2020 e 2024, por atrasos em obras, falhas de drenagem e sinalização precária.

No dia 5 de agosto, a CEL acatou o recurso e declarou o consórcio inabilitado. O grupo recorreu, mas o pedido foi rejeitado nesta quarta-feira, encerrando a disputa.

Investimentos e obras previstas

O contrato de concessão prevê R$ 6,9 bilhões em investimentos ao longo de três décadas, incluindo R$ 3,2 bilhões em custos operacionais. O projeto abrange 870 km de rodovias estaduais e federais (MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267).

As obras incluem:

  • 146 km de duplicações (sendo 115 km na fase inicial);

  • 457 km de acostamentos;

  • 245 km de terceiras faixas;

  • 38 km de contornos urbanos;

  • 62 dispositivos em nível e 4 em desnível;

  • 22 passagens de fauna;

  • 20 alargamentos de pontes;

  • 3.780 m² de obras de arte especiais.

Com a conclusão, a malha terá 100% de acostamento e melhorias significativas na fluidez e segurança viária.

Pedágios e impacto regional

O projeto prevê a instalação de praças de pedágio em municípios estratégicos como Três Lagoas, Campo Grande, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.

A expectativa é de que o contrato seja assinado ainda em 2025, com as primeiras obras iniciadas em 2026.


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