Política / Justiça
Plano de Moraes é mandar Bolsonaro cumprir pena na Papuda após julgamento do golpe
Ministro do STF pretende criar “ala golpista” no presídio de Brasília; expectativa é de que ex-presidente não receba tratamento diferenciado
27/08/2025
12:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pretende determinar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpra pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, caso seja condenado no julgamento da trama golpista, marcado para começar em 2 de setembro na Primeira Turma da Corte.
Segundo fontes do Judiciário próximas a Moraes, a decisão deverá afastar a possibilidade de Bolsonaro permanecer em uma unidade militar ou em uma sala da Polícia Federal (PF), como chegou a ser cogitado nos bastidores.
O plano do ministro é instalar Bolsonaro em uma cela especial e reunir no mesmo presídio outros réus condenados no inquérito do golpe, formando o que aliados de Moraes já chamam de “ala golpista”.
“Só um milagre ou uma crise grave de saúde tiram Bolsonaro da Papuda após o julgamento definitivo”, disse à coluna um ministro com trânsito direto de Moraes.
Fontes da PF confirmam que uma sala foi preparada na superintendência em Brasília, mas que ela só seria utilizada no caso de Moraes decretar prisão preventiva em regime fechado antes da conclusão do julgamento.
Pela regra do Código de Processo Penal, autoridades costumam ser recolhidas a unidades especiais apenas em casos de prisão cautelar. No entanto, a expectativa é de que Bolsonaro siga direto para a Papuda em caso de condenação definitiva.
A eventual ida de Bolsonaro para a Papuda contrastaria com o tratamento recebido por outros ex-presidentes:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): cumpriu pena em sala da superintendência da PF em Curitiba.
Michel Temer (MDB): foi preso na PF em São Paulo e depois transferido para o Comando de Policiamento de Choque da PM.
Fernando Collor de Mello (sem partido): chegou a ser enviado a um presídio comum em Maceió (AL), mas posteriormente obteve prisão domiciliar.
Desde o início de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília, por determinação de Moraes, monitorado por tornozeleira eletrônica. A decisão, embora não caracterizada formalmente como prisão preventiva, funciona na prática como medida de restrição severa.
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