Política / Justiça
PF aponta que Bolsonaro enviou mais de 300 mensagens para driblar decisão do STF
Relatório revela que ex-presidente usou WhatsApp de terceiros para difundir vídeos e mobilizações, incluindo ataques a Alexandre de Moraes e apoio de Donald Trump
21/08/2025
11:50
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou mais de 300 mensagens e vídeos pelo WhatsApp para burlar as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O material incluía conteúdos sobre as manifestações de 3 de agosto de 2025, críticas às sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, além de convocações para atos de apoiadores.
Segundo o relatório final entregue ao STF, os envios tinham como objetivo utilizar redes sociais de terceiros para descumprir ordens judiciais que proibiam o ex-presidente de retransmitir conteúdos relacionados ao inquérito da tentativa de golpe.
“Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação pontuou os principais conteúdos compartilhados por Jair Bolsonaro em 3/08/2025, com o objetivo de burlar a ordem de proibição”, destacou a PF.
A PF indiciou Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O inquérito se conecta à Ação Penal nº 2668, que apura uma suposta trama golpista entre 2022 e 2023, com oito réus envolvidos.
Entre os envios identificados, estavam:
Notícias sobre riscos econômicos das sanções contra Moraes;
Convocações para mobilizações em diferentes estados;
Vídeos de Donald Trump defendendo a “liberdade”;
Falas de políticos pedindo liberdade para Bolsonaro.
A PF ressaltou que a prática se assemelha ao modus operandi identificado no inquérito das milícias digitais.
Em conversa com o deputado Capitão Alden (PL-BA), Bolsonaro demonstrou receio de gravar áudios, mas autorizou que o parlamentar falasse em seu nome em um ato na Bahia. Pouco depois, enviou um vídeo gravado por terceiros, no qual aparece em ligação com Alden durante a manifestação.
Em diálogo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-presidente participou indiretamente de ato no Rio de Janeiro, episódio que pesou na decretação de sua prisão domiciliar.
A PF também identificou omissões em depoimentos de Bolsonaro no Inquérito nº 4.995. Ele declarou apenas um repasse de R$ 2 milhões ao filho Eduardo, mas investigações mostraram movimentações maiores, incluindo uma transferência de R$ 2 milhões à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, realizada em 4 de junho de 2025, um dia antes de ser interrogado.
O relatório aponta que as operações sugerem uma estratégia de blindagem patrimonial, reduzindo riscos de bloqueio judicial.
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