Campo Grande (MS), Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025

Política / Justiça

Moraes autoriza retorno de Iran Coelho ao TCE/MS e suspende uso de tornozeleira eletrônica

Conselheiro afastado desde 2022 volta ao cargo, mas permanece sob restrições judiciais e segue investigado na operação “Terceirização de Ouro”

18/08/2025

13:00

DA REDAÇÃO

©ARQUIVO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou neste domingo (17) o retorno do conselheiro Iran Coelho das Neves às funções no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE/MS). O conselheiro estava afastado desde dezembro de 2022 por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em decorrência da operação “Terceirização de Ouro”, deflagrada pela Polícia Federal.

Com a nova decisão, Iran está autorizado a reassumir imediatamente o cargo e não precisará mais utilizar tornozeleira eletrônica. Também foi liberado o acesso às dependências do TCE.

Restrições mantidas

Apesar do retorno, Moraes manteve medidas cautelares:

  • Proibição de contato com outros investigados;

  • Apreensão do passaporte;

  • Impedimento de deixar a comarca onde reside;

  • Proibição de saída do país.

Na decisão, Moraes afirmou:

“O afastamento do exercício das funções públicas deve ser suspenso e retomado imediatamente”.

Defesa e alegações

O advogado Gustavo Mascarenhas, que representa o conselheiro, declarou ao Campo Grande News que Iran segue defendendo sua inocência.

“A luta tem sido intensa; acreditamos na plena inocência do conselheiro Iran das Neves, que agora retorna ao cargo e continuará se defendendo amplamente”, disse.

Histórico do afastamento

Iran Coelho das Neves foi afastado em dezembro de 2022 junto com o também conselheiro Waldir Neves Barbosa. Ambos foram citados em investigações que apuram fraudes em contratos milionários firmados entre o TCE e a empresa Dataeasy Consultoria e Informática Ltda.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou Iran, Waldir e outros envolvidos por improbidade administrativa, apontando favorecimento à empresa em licitações supostamente fraudadas. O caso segue em segredo de justiça.

Na defesa apresentada ao STJ, Iran alegou que sua gestão promoveu redução de R$ 14,7 milhões no contrato da Dataeasy e que a renovação teria sido recomendada pelo corpo técnico do TCE.

Por outro lado, a força-tarefa formada pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal apontou indícios de superfaturamento e lavagem de dinheiro, com pagamentos de R$ 39,1 milhões a empresas e pessoas sem vínculo com o Tribunal de Contas.

Situação atual

Com a decisão de Alexandre de Moraes, Iran retorna às funções no TCE/MS, mas continua respondendo judicialmente às acusações. O processo segue em tramitação sob sigilo.


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