Política / Justiça
As chances de Hugo Motta visitar Bolsonaro em prisão domiciliar
Pressão de Eduardo Bolsonaro e risco à imagem pública pesam na decisão do presidente da Câmara
17/08/2025
09:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A possibilidade de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar, em Brasília, movimenta os bastidores da política, mas é considerada remota por aliados do parlamentar.
A ideia partiu do deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição, que já visitou Bolsonaro em 14 de agosto.
Segundo ele, o ex-presidente recebeu positivamente a sugestão, vendo a visita como oportunidade para apresentar propostas da oposição a Motta.
Motta, por sua vez, sinalizou abertura ao diálogo, mas sem se comprometer.
O fator mais delicado é a atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vem reforçando em entrevistas e redes sociais que Motta corre risco de sofrer sanções da base bolsonarista caso não avance com a pauta da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Para aliados de Motta, esse tipo de pressão reforça a necessidade de o deputado não parecer chantageado.
Dirigentes do Centrão avaliam que uma visita neste momento poderia ser interpretada como submissão a pressões externas e prejudicar a imagem de autonomia institucional do presidente da Câmara.
Embora Bolsonaro tenha apoiado Motta na eleição da Câmara, há uma preocupação clara em preservar a independência política do comando da Casa.
Em entrevista à GloboNews (14), Motta afirmou não ver clima para uma anistia ampla, geral e irrestrita:
“Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas. (...) Há uma preocupação, sim, com pessoas que não tiveram papel central, mas receberam penas altas.”
Essa posição reforça sua tentativa de equilibrar pressões da base bolsonarista com a manutenção de um perfil moderado.
Embora haja abertura inicial para conversas, a leitura predominante entre aliados é de que a visita não deve ocorrer no curto prazo. Mais do que um gesto de aproximação com o bolsonarismo, seria vista como concessão política em um momento delicado — justamente quando Motta tenta consolidar sua imagem como presidente da Câmara independente e equilibrado.
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