Evento / Cultura
Festival da Rapadura celebra ancestralidade e tradição quilombola em Furnas do Dionísio
Comunidade a 43 km de Campo Grande recebe programação cultural e gastronômica neste fim de semana
16/08/2025
10:15
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
A Comunidade Quilombola Furnas do Dionísio, em Jaraguari, realiza neste sábado (16) e domingo (17) o 11º Festival da Rapadura, evento que une ancestralidade, música, culinária típica e resistência cultural. Localizada a apenas 50 minutos de Campo Grande, a comunidade quilombola se transforma em ponto de encontro para quem busca cultura, história e boa comida.
A abertura oficial acontece no sábado (16), às 8h, com a feira dos produtores locais, seguida da cerimônia com autoridades, apresentações culturais, inauguração do mural dos presidentes e homenagem a ex-dirigentes da associação comunitária.
À tarde, os visitantes poderão saborear almoço típico e, à noite, a música toma conta do festival:
Felipe Santos – 19h30
Grupo Pé de Cedro – 20h
Gersão e Banda – meia-noite
No domingo (17), a feira continua a partir das 8h, com mais atrações culturais. O palco recebe:
Wilson e Alessandro – 11h
Grupo Sarará Kriolo – 13h
Grupo Ecos do Pantanal – 15h
Encerramento está previsto para às 19h.
O cardápio inclui arroz com guariroba, churrasco, linguiça caipira e a tradicional farofa quilombola. Mas o grande destaque é a rapadura, quitute que, junto com o festival, foi reconhecido como Patrimônio Histórico e Cultural de Mato Grosso do Sul em 2016. Produzida de forma artesanal em tachos de cobre, a rapadura se tornou símbolo de identidade e resistência da comunidade.
A presidente da associação, Maria Aparecida Silva Martins, ressalta o significado da culinária para a comunidade:
“A culinária quilombola em Furnas do Dionísio é uma expressão da nossa história. É feita com ingredientes locais, cultivados na comunidade, gerando renda e valorizando nossas tradições.”
O quilombo Furnas do Dionísio foi fundado em 1890 por famílias vindas de Minas Gerais após a abolição da escravatura. Reconhecida oficialmente pelo Incra em 2009, a comunidade ocupa mais de 1.018 hectares e preserva tradições ligadas à agricultura, à produção de derivados da cana-de-açúcar e à música.
Para Nilson Martins, ex-presidente da associação, a festa cresce a cada ano:
“No festival deste ano, esperamos um público ainda maior do que o anterior. É um momento de valorização da nossa história e de acolhimento para quem nos visita.”
Mais do que uma festa, o Festival da Rapadura é um símbolo de resistência cultural. Para Maria Aparecida, a música e o samba também reforçam a identidade quilombola:
“A música mostra a importância das nossas tradições. É nossa forma de dizer que estamos felizes, gratos e de bem com a vida. Quem disse que no quilombo não tem samba no pé?”
O evento reforça o espírito de acolhimento da comunidade, que se orgulha em receber visitantes e transmitir um pedaço vivo da história quilombola de Mato Grosso do Sul.
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