Política / Justiça
Flávio Bolsonaro diz que Lula inviabiliza negociação com Trump e minimiza fala de Eduardo sobre sanções a Motta e Alcolumbre
Senador afirma que governo busca “bode expiatório” e critica postura do presidente; bolsonaristas adotam estratégia de culpabilizar Lula por impasse diplomático
28/07/2025
17:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a atacar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (28), responsabilizando o chefe do Executivo brasileiro pelo fracasso nas negociações com os Estados Unidos em torno do tarifaço de 50% imposto pelo governo Trump a produtos brasileiros.
Em entrevista à rádio Itatiaia, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a retórica de Lula impede o diálogo com a Casa Branca. “O Lula parece não querer negociar porque está alimentando uma discórdia, atacando o presidente Trump a todo momento. Sempre que pega o microfone, não parece um presidente da República, parece um bêbado discutindo num bar com um amiguinho”, declarou.
Flávio também minimizou a fala do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que mencionou possíveis sanções norte-americanas contra os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Segundo ele, Eduardo apenas “levou informações” ao ex-presidente Trump e não tem influência sobre decisões da política externa norte-americana.
“Estão transformando o Eduardo em bode expiatório. Ele não tem o poder de manipular Trump. O problema é que o governo Lula é quem está inviabilizando as negociações”, reforçou o senador.
Flávio afirmou ainda não acreditar que sanções contra Motta e Alcolumbre sejam levadas adiante. “Seria desastroso, ainda mais aqui para o Brasil. Mas o presidente Trump tem todas as cartas sobre a mesa. Eu acredito que não vai chegar a esse ponto, nem desligar GPS, muito menos algo militar. As reações são muito mais comerciais”, disse.
O Planalto tem enviado comitivas de negociação aos EUA, inclusive com parlamentares da direita, na tentativa de reverter o tarifaço. A estratégia bolsonarista, por outro lado, tem sido a de atribuir ao governo Lula a responsabilidade pelo insucesso nas conversas diplomáticas com a gestão Trump.
A escalada de tensão ocorre no mesmo período em que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta o desfecho do julgamento no STF por tentativa de golpe de Estado. Enquanto aliados pressionam por uma anistia ampla, Flávio começa a admitir a possibilidade de substituição do pai na corrida presidencial de 2026, embora continue afirmando que Jair ainda é o nome prioritário da direita.
Em entrevista anterior à Folha de S.Paulo, Flávio Bolsonaro já havia declarado que o apoio do ex-presidente a qualquer candidato em 2026 dependerá de um compromisso claro com a concessão de indulto a Jair Bolsonaro e com o enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Tem que brigar com o Supremo, se for preciso. Não é só prometer, tem que fazer”, disse à época.
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