Campo Grande (MS), Segunda-feira, 21 de Julho de 2025

Política / Justiça

MPE pede devolução de R$ 10,6 milhões de ex-deputados estaduais por supersalários em MS

Ação civil aponta pagamentos acima do teto entre 2003 e 2007; nomes como Simone Tebet, Nelsinho Trad e Paulo Corrêa estão entre os envolvidos

20/07/2025

12:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso do Sul emitiu parecer favorável à condenação de ex-deputados estaduais por recebimento de salários acima do limite constitucional durante a 7ª legislatura da Assembleia Legislativa, entre 1º de fevereiro de 2003 e 31 de janeiro de 2007. A decisão da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, proferida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, prevê o ressarcimento de R$ 10.610.144,90 aos cofres públicos por dano ao erário.

De acordo com a sentença, os parlamentares recebiam R$ 15.502,50, quando o teto permitido seria de 75% do subsídio de um deputado federal, o equivalente a R$ 9.635,40 à época. Assim, o valor pago mensalmente a mais seria de R$ 5.567,10 por deputado.

Nomes de destaque entre os citados

A lista de condenados inclui nomes que ainda estão em atividade política ou ocupam cargos de destaque:

  • Paulo Corrêa (PSDB) – atual deputado estadual

  • Pedro Kemp (PT) – atual deputado estadual

  • Nelsinho Trad (PSD) – atual senador

  • Simone Tebet (MDB) – atual ministra do Planejamento

  • Flávio Kayatt – atual presidente do Tribunal de Contas de MS (TCE-MS)

Todos recorreram da decisão junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A ação, que tramita desde 2016, teve novo parecer favorável à condenação emitido no último mês pela procuradora de Justiça Sara Francisco Silva.

Entendimento jurídico

No parecer, o MPE sustenta que a ilegalidade dos pagamentos ficou evidente com a mudança de legislação na 8ª legislatura (2007–2011), quando os salários foram corrigidos para R$ 12.384,07, conforme a Lei Estadual nº 3.332/2006, que fixou expressamente o limite de 75% dos subsídios dos deputados federais.

“Após repercussão social negativa acerca dos valores pagos aos deputados estaduais durante a 7ª legislatura, foi editada lei que adequou os subsídios ao teto constitucional, o que evidencia o excesso anterior”, diz trecho do parecer.

Defesa alega ausência de dolo

A defesa dos parlamentares requer a improcedência da ação e argumenta que não houve dolo ou má-fé, o que, segundo os advogados, impediria o ressarcimento imprescritível, conforme o Tema 897 fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“A ausência de dolo afasta a aplicação do entendimento de imprescritibilidade para ressarcimento ao erário”, alegam os advogados no recurso.

Resposta dos envolvidos

A reportagem procurou alguns dos citados no processo. Até o momento, apenas Flávio Kayatt respondeu, dizendo que não foi notificado oficialmente.


Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.

Últimas Notícias

Veja Mais

Envie Sua Notícia

Envie pelo site

Envie pelo Whatsapp

Jornal do Estado MS © 2021 Todos os direitos reservados.

PROIBIDA A REPRODUÇÃO, transmissão e redistribuição sem autorização expressa.

Site desenvolvido por: