Política / Justiça
Ida de Eduardo Bolsonaro aos EUA desencadeia crise internacional e impõe tornozeleira a Jair Bolsonaro
Linha do tempo revela escalada de pressões, apoio de Trump, envio de dinheiro e reação do STF com medidas restritivas severas
19/07/2025
06:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o desfecho de uma série de movimentos envolvendo o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, lideranças da extrema direita americana e pressões diplomáticas contra o sistema judiciário brasileiro.
A crise institucional ganhou força a partir de março de 2025, com a ida de Eduardo aos Estados Unidos, e culminou, em julho, com a imposição de restrições severas a Jair Bolsonaro, acusado de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.
Deputado alega "projetos pessoais", mas autoridades veem manobra política e abertura de articulações internacionais.
Parlamentares dos EUA pedem que o governo Trump aplique sanções com base na Lei Magnitsky contra o ministro do STF.
Encontro com representante do Departamento de Estado é interpretado como tentativa de influenciar o Judiciário brasileiro com apoio estrangeiro.
O ex-secretário de Estado americano sugere, em rede social, que Moraes poderá ser alvo de retaliações dos EUA.
Corte investiga o deputado por coação no curso do processo e tentativa de obstrução de Justiça. Moraes aponta estratégia coordenada.
Declaração gera suspeitas de movimentação financeira irregular e fortalece tese de articulação entre pai e filho para pressionar instituições.
O ex-presidente americano chama investigações no Brasil de “caça às bruxas” e reforça apoio ao aliado.
Anúncio ocorre no mesmo dia em que a Embaixada dos EUA solta nota favorável à família Bolsonaro. Para Moraes, é uma retaliação disfarçada.
Publica carta endereçada ao ex-presidente brasileiro e justifica tarifas como reação às decisões do STF.
Magistrado afirma que Bolsonaro tentou condicionar o fim das tarifas à sua anistia, o que caracterizaria tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira.
Além da tornozeleira, Jair Bolsonaro está submetido a outras medidas cautelares:
Proibição do uso de redes sociais, direta ou indiretamente;
Proibição de contato com aliados políticos e diplomatas estrangeiros;
Recolhimento domiciliar noturno das 19h às 6h e integral nos fins de semana;
Proibição de manter contato com Eduardo Bolsonaro, seu próprio filho.
Após a decisão, Bolsonaro reconheceu as limitações impostas:
“Eu tenho que ir embora, senão eu vou... essa medida restritiva”, disse, ao interromper uma entrevista.
“Até segunda-feira. Seis da manhã, eu tô em casa”, completou.
A nova rotina inclui o monitoramento contínuo por tornozeleira eletrônica, com obrigação de permanecer em casa fora do horário comercial e nos fins de semana.
A linha do tempo revela uma inédita crise diplomática e institucional, em que ações de familiares e aliados de Bolsonaro nos EUA repercutiram diretamente em decisões do STF. A proximidade entre Trump e Bolsonaro, antes considerada simbólica, tornou-se um fator de tensão entre os dois países.
A resposta do Judiciário brasileiro, liderada por Moraes, sinaliza um limite institucional diante de tentativas de pressão externa e articulações que, segundo a PGR, visam a obstrução de processos e ameaçam a soberania.
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